Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

denúncia

Artigo | Agência Brasil 30 anos: censura e silêncio

Fim da participação social e veto à posições contrárias ao governo Bolsonaro marcam a gestão atual da agência pública

10.maio.2020 às 12h17
São Paulo (SP)
Comissão de Empregados da EBC

Empregados da EBC defendem legado da Agência Pública como um serviço prestado a toda a sociedade - Senado Federal

A Agência Brasil, agência pública de notícias gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), completa 30 anos neste domingo (10). Porém, o que se vê atualmente publicado em seu site se assemelha muito mais ao conteúdo de suas antecessoras governamentais, a Agência Nacional e a Empresa Brasileira de Notícias (EBN).

Criada em março de 1937, na gestação do Estado Novo de Getúlio Vargas, a Agência Nacional foi um importante órgão de distribuição de notícias do governo, que oferecia textos prontos para veículos impressos e também para serem lidos nas emissoras de rádio. Sempre de acordo com a ideologia do governo e seu projeto de integração nacional.

A Agência Nacional era também responsável pela elaboração do Programa Nacional, criado em 1935 e transformado, em 1938, em A Hora do Brasil, com veiculação obrigatória em cadeia nacional de rádio. Importante destacar que o órgão de distribuição de conteúdo foi vinculado ao poderoso Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável também pela censura no Estado Novo.

Transformada em EBN, em 1979, e vinculada à Secom, a empresa estatal seguiu tendo como propósito a distribuição do noticiário referente aos atos da administração federal. O controle governamental no conteúdo e na gestão sempre esteve presente e marcou também a extinção da EBN. Em 1988, uma entrevista com o brigadeiro Paulo Roberto Camarinha, então ministro-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, desagradou ao presidente José Sarney, que extinguiu a EBN por decreto e a incorporou à Radiobrás. O serviço noticioso foi suspenso nesse período e a Rádio Nacional passou a ser responsável pela Voz do Brasil.

Em 1990, foi criada dentro da Radiobrás a Agência Brasil, também com o intuito de distribuir o noticiário governamental, assim permanecendo até o início dos anos 2000. As mudanças editoriais para contemplar o “foco no cidadão” e atender os princípios da comunicação pública começaram em 2003, quando a redação foi reforçada com jornalistas concursados. Na época, o país iniciava uma fase de mudanças estruturais em diversos setores e começava a tomar corpo a ideia da importância da comunicação pública como instrumento de promoção da cidadania e da democracia, em discussão com a sociedade.

O jornalismo isento ganhou credibilidade e a Agência Brasil conseguiu se distanciar da pecha de “agência oficial” com a ampliação das coberturas, sem deixar de noticiar os atos do governo, mas agora com mais independência, olhar crítico e trazendo contrapontos da sociedade civil. A crescente replicação das matérias e fotos elaboradas pela agência é prova disso. São centenas de sites e jornais, do Brasil e do exterior, inclusive veículos de grande porte, como UOL, Istoé e Carta Capital, que reproduzem seu conteúdo, gratuitamente.

A mudança de Radiobrás para EBC, em 2007, com a previsão em lei dos princípios de comunicação pública a serem seguidos pela empresa, consolidou a Agência como fonte de jornalismo sério, plural e isento. Nessa jornada, as equipes ganharam diversos prêmios, como Vladimir Herzog, Abdias Nascimento, Andifes, AMB, Jornalista Amigo da Criança, Banco do Nordeste e ICFJ Nações Unidas. Também se destacaram em grandes coberturas, como Jogos Mundiais Indígenas, Rio+20 e a visita do papa Francisco ao Brasil. A Agência Brasil cobriu intensamente e de forma independente até mesmo eventos e fatos que eram contrários ao governo, como as denúncias e o processo do Mensalão e as Jornadas de Junho de 2013.

Porém, as disputas políticas em torno da EBC acentuaram-se com a crise política, a partir de 2015. A Agência não deixou de cobrir todos os fatos, incluindo manifestações a favor e contra o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Entretanto, após a consolidação do afastamento da presidenta, os rumos editoriais do veículo foram apropriados pelo governo que tomou posse.

Algum controle editorial por parte da Secom nunca deixou de existir, mas a situação se agravou muito no governo Temer. O projeto de expansão da Agência, com o envio de correspondentes para fora do eixo Rio-Brasília-São Paulo, foi desmontado, repórteres setoristas foram retirados de suas especialidades e outros trocados de setor, sem consulta prévia aos profissionais.

As matérias que desagradavam ao governo passaram a sofrer censura, temas considerados sensíveis e críticas deixaram de ser publicados, notadamente os ligados às editorias de direitos humanos, meio ambiente e cultura. Ações de segurança envolvendo o Exército, interferências no Conselho Nacional de Direitos Humanos e o assassinato da vereadora Marielle Franco foram temas que não receberam, na Agência Brasil, o devido espaço. 

Um contrato ilegal com a Agência Nacional de Águas impôs uma cobertura paga para os veículos e agências públicos da EBC. Manchetes positivas para o governo tornaram-se praxe na Agência, caso em que malabarismos com as palavras acabam fazendo com que medidas ou dados anunciados pareçam melhores do que realmente são.

Com o governo Bolsonaro, a direção foi ocupada por militares, que em sua apresentação disse que esperava dos empregados “o divino dever de SERVIR”. Enquanto o presidente da EBC, general Luiz Carlos Pereira Gomes, diz em texto institucional que “o material publicado [pela Agência Brasil] é resultado de um trabalho de apuração minuciosa feito por uma equipe qualificada e experiente e que tem consciência da importância de informar a sociedade com exatidão e imparcialidade”, a realidade vivida pelos trabalhadores é bem diferente.

Profissionalismo e consciência não faltam à equipe. Porém, as pautas e mesmo textos prontos esbarram em desculpas esfarrapadas e cortes muitas vezes sem nenhuma explicação. Cotidianamente, a Agência Brasil estampa manchetes com o ponto de vista do presidente, normalmente registro de falas dele em suas “coletivas” no Palácio da Alvorada ou nas lives e pronunciamentos.

Pelo teor impublicável de muitas falas do presidente de forma positiva – e daí? -, tais registros são suavizados e não vêm acompanhados de contextualização, muito menos de contraponto, mesmo que de outras autoridades do país. Qualquer manifestação dissonante do presidente é ignorada pela Agência Brasil, inclusive com a edição de aspas de entrevistados dentro das matérias. E, mais grave, tal censura ocorre também durante a atual pandemia de covid-19, na qual o presidente reiteradamente descumpre as orientações dos órgãos de saúde. Edições feitas pela gerência do veículo – por vezes, a quatro mãos – indicam quando um tema é “sensível” à direção da EBC.

Com a extinção do Conselho Curador, que representava a sociedade dentro da empresa, e o aparelhamento da Ouvidoria com pessoas alinhadas à direção, a participação social foi excluída da empresa pública de comunicação. Por outro lado, parte da sociedade e dos trabalhadores se mantém atenta à missão da empresa, prevista em lei, de servir à população e não ao governo. A Agência Brasil é uma agência pública de notícias! Não é do governo, muito menos do Presidente da República.

Editado por: Luiza Mançano
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Ciência

Anvisa autoriza testes em humanos da vacina do Butantan contra gripe aviária

DISPUTA

Guardas municipais de Porto Alegre protestam contra projeto do prefeito Melo que muda seu plano de carreira

Câmara

Lula diz que Motta descumpriu acordo e derrubada do IOF foi absurda

Disputa pelo IOF

Haddad minimiza tensão com Congresso após derrubada do IOF: ‘discussão é jurídica, não política’

Cessar-fogo

Hamas exige fim definitivo dos ataques em Gaza após anúncio de Trump

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.