Meio Ambiente

Após defender "passar a boiada", cresce mobilização pela saída de Ricardo Salles

Em reunião, ministro defende aproveitar atenções na covid-19 para reformas e desregulamentações

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Ministro quer “boiada de reformas infralegais de desregulamentação” e afrouxamento das proteções ambientais no Brasil - Valter Campanato/Agência Brasil

Depois de um período de relativo sossego, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a enfrentar manifestações de ambientalistas, servidores, políticos e ativistas em geral. Nesta segunda-feira (25), a diretoria da Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (Ascema Nacional), que representa os servidores da carreira de especialista em meio ambiente, pede a saída do ministro. Em carta divulgada hoje, a entidade afirma ser “inaceitável que um criminoso de ocasião permaneça destruindo o patrimônio ambiental do Brasil”. Leia a íntegra da carta.

Um pedido formal de afastamento foi encaminhado pela bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara, por meio do deputado federal Ivan Valente. O parlamentar paulista acionou a Procuradoria-Geral da República e a Comissão de Ética da Presidência com base nas declarações dadas por Salles na reunião ministerial de 22 de abril, que veio a público na sexta-feira (22), após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

Conforme mostra a gravação, Salles sugeriu aos membros do governo que seja aproveitado o momento em que a imprensa está com foco na pandemia para “passarem a boiada de reformas infralegais de desregulamentação” e afrouxamento das proteções ambientais no Brasil.

O partido defende que Salles seja tirado do cargo devido ao “risco que sua permanência representa para o sistema de proteção e fiscalização do meio ambiente” e que seja responsabilizado pelas suas ações. Pela manhã, o prédio do Ministério, em Brasília, amanheceu com uma faixa pedindo o impeachment do ministro.

As manifestações contra Ricardo Salles também movimentaram as redes sociais. Confira: