Paraná

EDITORIAL 169

O golpismo autoritário vem a galope

A estratégia golpista galopa e, não à toa, o presidente montou um cavalo da PM

Curitiba (PR) |
Desde abril, artigo da Constituição tem sido citado por bolsonaristas como possibilidade de intervenção - Marcos Corrêa/PR

O mundo, em meio ao caos do Covid-19, assistiu horrorizado à morte de George Floyd. Ele foi asfixiado, durante longos oito minutos, em Mineápolis, nos Estados Unidos. Um homem negro sendo assassinado por policiais brancos gerou forte comoção popular, com manifestações que já duram uma semana.

Ao mesmo tempo, o mundo se solidariza com a luta antirracista. No Brasil, também. Mas aqui se está tendo de conviver com outros monstros: o caos e o autoritarismo, de características fascistas, do governo federal. A ascensão de Bolsonaro representou a abertura das jaulas de grupos de extrema-direita que dão suas caras com símbolos e atos de ódio. Racismo e fascismo encarnam-se no bolsonarismo. Esta é sua vertente social. No plano institucional, por sua vez, não faltam reflexos de tal ideologia. A estratégia golpista galopa e, não à toa, o presidente montou um cavalo da PM, no domingo passado, durante manifestação que pedia intervenção militar e atacava a democracia e seus poderes constituídos.

O momento exige unidade. Acuado, o bolsonarismo e sua retaguarda militar podem dar o ultimato. A mobilização social progressista pode ser perseguida. É preciso derrubar Bolsonaro sem permitir o galope de um regime de exceção.

Edição: Gabriel Carriconde