Saúde

Sem sinal de estabilização, covid-19 já causou a morte de quase 55 mil brasileiros

Em 24 horas o número de mortes confirmadas ficou novamente acima de mil. Total de casos ultrapassa 1,2 milhões

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Ato em São Paulo relembra trabalhadores da saúde mortos pela covid - Elineudo Meira/ Fotos Públicas

A pandemia do novo coronavírus segue avançando no Brasil, sem registros que indiquem uma eventual estabilização nos números. Nesta quinta-feira (25) o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conas) registrou 39.483 novos casos. O total de pessoas afetadas pela covid-19 desde que o vírus foi identificado no Brasil pela primeira vez é de 1.228.114.

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O número de brasileiros que morreram por causa da covid chega a 54.971. Mais uma vez foram mais de mil óbitos em 24 horas. O país é o segundo em número de casos fatais e registros de infectados, atrás apenas dos Estados Unidos.

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Instituições do mundo todo alertam para as chances altas de subnotificação, já admitidas até mesmo pelo Ministério da Saúde. Nesta quarta-feira (24), o Imperial College de Londres informou que, baseado nos registros de mortes, o número de pessoas que pegaram a covid no país pode ser superior a 3 milhões. 

Um dos motivos apontados para a discrepância é a quantidade limitada de testes realizados até agora. Junto com o isolamento social, a testagem em massa é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como principal arma no combate ao crescimento da pandemia. 

O que pode acontecer aos brasileiros sem o isolamento social?

O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas),  Marcos Espinal, afirma que o Brasil tem recursos e precisa aumentar os exames. O país é um dos que menos testa em comparação com outras nações, inclusive os vizinhos da América do Sul. 

“Nas últimas semanas, o país conseguiu incrementar o número de testes de PCR para o diagnóstico de covid-19. Mas o Brasil ainda não chega a 10 mil testes por milhão de habitantes. Então, é necessário que aumentem”, afirmou Espinal.

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Entre os estados que mais têm casos e mortes, São Paulo aparece em primeiro lugar (248.587 casos e 13.759 mortes). Na sequência estão o Rio de Janeiro (105.897 casos e 9.450 mortes) e o Ceará (102.126 casos e 5.8875 mortes).

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Medicamentos seguem em falta

Nesta quinta-feira (25), os governadores do Espírito Santo, do Amapá e do Mato Grosso reforçaram as denúncias de que faltam medicamentos e coordenação no combate à pandemia por parte do governo federal. Renato Casagrande (PSB-ES), Waldez Góes (PDT-AP) e Mauro Mendes (DEM-MT) participaram de audiência no Congresso Nacional. 

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Eles denunciaram preços cada vez mais altos, descritos por Walder Góes como “relação mercadológica canibal”. Os governadores pretendem enviar uma carta à Presidência da República e ao Ministério da Saúde para cobrar coordenação na compra de medicamentos. "Aquele kit que alguns apelidaram de kit covid está sendo uma verdadeira loucura encontrar. Os preços dispararam”, completou Mauro Mendes.

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Os gestores estaduais questionaram ainda a falta de uma campanha massiva e informativa sobre a doença para a população. “O comportamento do presidente deixa muitas dúvidas na cabeça das pessoas. A pandemia foi politizada. Jamais pensei que nós veríamos uma politização da pandemia”, disse Renato Casagrande.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou um relatório que identifica falta de diretrizes do governo federal. Segundo o documento, não há estratégia para estabelecer objetivos comuns, o que pode piorar o avanço da pandemia e causar gastos descontrolados de dinheiro público.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Rodrigo Chagas