PROTESTOS

Fascismo x Antifascismo: por que se posicionar

O BdF Explica essa semana o que é fascismo e o que o antifascismo que pautaram as redes e as ruas

São Paulo (SP) | Brasil de Fato |
O antifascismo e os antifascistas, ou antifas, não são uma organização ou movimento coordenado - Credito: Murilo Ribas

Nas últimas semanas, atos antifascistas foram convocados no Brasil e no mundo. As ações nas ruas pautaram também as redes. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou intenção de tipificar 'antifas' como terroristas e no Brasil, deputado bolsonarista apresentou um projeto com a mesma proposta, apoiado pelo clã Bolsonaro. O movimento contra o fascismo ganhou força com ascensão da extrema direita em todo o mundo.

Mas afinal o que é fascismo e o que é ser antifascista?  O BdF Explica essa semana a importância de se posicionar nessa equação! 

Confira o vídeo: 

Desde o processo eleitoral de 2018, palavras como “fascista” e “fascismo” passaram a aparecer com frequência nos debates políticos, na maioria das vezes por causa dos discursos e práticas de Jair Bolsonaro.

Fascismo

O fascismo pode ser explicado como a forma mais radical da expressão da política da direita conservadora. Outras características da ideologia são a predominância dos conceitos de nação e raça sobre os valores individuais. A retórica populista e exploração de temas como a corrupção, crises econômicas, a queda da moral e de valores tradicionais e conservadores e a defesa de mudanças radicais. 

Instituído um regime fascista, ele é representado por um governo autoritário, hierárquico e extremamente militarizado, liderado por um ditador. Com liberdades cerceadas, censura e o uso constante da violência. 

O regime também é baseado na exclusão social, e, de acordo com Armando Boito Júnior, professor Titular de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), isso é um movimento social reacionário que se situa nas camadas intermediárias da sociedade capitalista, ou seja, nas classes médias.

Esta ideologia, movimento ou regime tem como principal objetivo a eliminação da esquerda do processo do político. Alguns exemplos de regimes fascistas foram as ditaduras de Mussolini, na Itália, a sua expressão nazista de Adolf Hitler na Alemanha., o salazarismo de Salazar em Portugal, e o franquismo de Franco, na Espanha.

Antifascismo

E o antifascismo? O antifascismo nasce exatamente em oposição a esses regimes totalitários na Europa na primeira metade do século 20. A expressão antifa surgiu na década de 30 na Alemanha, justamente em oposição ao nazismo de Hitler, associada a organização Antifaschistische Aktion, ligada ao Partido Comunista. Foi essa mesma organização que usou pela primeira vez símbolo antifascista, utilizado até hoje.

O antifascismo e os antifascistas, ou antifas, não são uma organização ou movimento coordenado. Manifestantes antifascistas compartilham causas que têm em comum a defesa dos mais vulneráveis. Se somam às lutas antirracistas, contra a machismo, a lgbtfomofobia, xenofobia, entre outras. 

Esses ativistas costumam se identificar dentro do espectro político da esquerda, e utilizam como tática ações diretas, ou seja, que independem do Estado e da Justiça, por exemplo. Nas redes e nas ruas. 

Por que lutar contra o fascismo?

Ataques a jornalistas, artistas e intelectuais, com o intuito de criar uma visão única de mundo são a regra em um regime totalitário. Mas não só isso, fascistas acreditam na salvação nacional por meio da organização militar e violenta. Esses regimes são também genocidas. Para esses regimes o pensamento diferente deve ser eliminado.

"Quando os nazistas vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata. Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista. Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu. Quando eles me vieram buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar." Martin Niemöller: 1892–1984

 

Edição: Ítalo Piva