Pesquisa

Entenda a diferença entre as vacinas britânica e chinesa em teste contra a covid-19

Análises da vacina de Oxford e da China caminham para última fase de testes clínicos; Rússia também desenvolve vacina

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A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford já está na terceira e última fase de estudos clínicos - Douglas Magno / AFP

Cientistas do Reino Unido e da China publicaram nesta segunda-feira (20/07), na revista científica The Lancet, resultados promissores de duas vacinas contra o novo coronavírus que apresentaram respostas seguras e reação imunológica. 

"Os resultados de ambos os estudos são bons para ensaios de fase 3, em que as vacinas devem ser testadas em populações maiores de participantes para avaliar sua eficácia e segurança", afirmou a publicação. 

Os  dados da pesquisa divulgada pela Lancet se referem à primeira e à segunda fase dos estudos clínicos, quando foram analisadas, respectivamente, a segurança da vacina - como possíveis efeitos colaterais - e a capacidade de produzir uma reação do sistema imunológico. 

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A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, por sua vez, já está na terceira e última fase de estudos clínicos. "A ChAdOx1 nCoV-19 [nome da vacina de Oxford] mostrou um perfil de segurança aceitável e um homólogo aumento na resposta de anticorpos" e, embora promissora, ainda não pode ser considerada definitiva, diz a pesquisa.

O estudo publicado na Lancet ainda aponta que o grupo que recebeu essa vacina apresentou algumas reações locais e sistêmicas, como fadiga, dor muscular, febre e dor de cabeça - muitas das quais reduzidas pelo uso de paracetamol -, mas não foi registrado nenhum "evento colateral sério".

Já a vacina chinesa, que é desenvolvida pela CanSino Biologics, concluiu a fase 2 da pesquisa com cerca de 500 pessoas em Wuhan, região que foi o epicentro do novo coronavírus na China. 

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O estudo tinha como foco principal avaliar a resposta imunológica e a quantidade necessária de uma dose que pode ser aplicada com segurança na próxima e última fase de testes.

A Ad5-nCOV, como é chamada, contêm uma quantidade pequena do Adenovírus, vírus do resfriado humano, que conseguiu codificar a proteína da Sars-CoV-2, fazendo com que o organismo estimule a criação de anticorpos que combatem o coronavírus.

No entanto, nenhum dos voluntários foi exposto ao novo coronavírus após receber a dose. Com isso, ainda não se pode determinar que a Ad5-nCOV consiga proteger de forma eficaz contra a infecção da covid-19.

Diversas análises de remédios contra o novo coronavírus estão sendo desenvolvidas por diferentes países. Ainda nesta segunda, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a conclusão de mais uma fase de experimentos na vacina que está sendo desenvolvida no país. Segundo o governo russo, um segundo grupo de voluntários recebeu alta e apresentou uma resposta imunológica.

(*) Com Ansa.