Atos de Luta e Luto

Veja como foram os atos do "Fora, Bolsonaro" por todo o país

Movimentos destacam o número de mortos por covid-19 no Brasil, perto dos 100 mil e a crise econômica

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Atos por todo o país pedem a saída de Jair Bolsonaro da Presidência - Filipe Araujo

Manifestantes de todas as regiões do Brasil pediram nesta sexta-feira (7) a saída de Jair Bolsonaro (sem partido) da Presidência da República. As ações fazem parte do Dia de Luta e de Luto, organizado pela Campanha de Solidariedade e do "Fora, Bolsonaro", das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e outros movimentos sociais.

Além de pedir a saída de Bolsonaro, os movimentos destacam o número de mortos por covid-19 no Brasil, que chegará a 100 mil óbitos ainda neste fim de semana. Os cartazes trazem a frase “100 mil mortos, 100 mil motivos”, relacionando o número à postura negligente do presidente diante da pandemia.

Os atos ocorreram em capitais e no interior. No centro do Rio de Janeiro, em frente ao Monumento dos Pracinhas, dezenas de pessoas se reuniram para um ato em homenagem aos quase 100 mil mortos pela covid-19 no Brasil.

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Em São Paulo, as manifestações foram nas ruas do Boqueirão e Jardim São Savério, comunidades onde foi realizada a Campanha de Solidariedade da Escola Nacional Paulo Freire. Houve ato também em Brasília, com a extensão de faixas na Ponte do Bragueto.

No Rio Grande do Sul, as manifestações iniciaram pela manhã, com atos simbólicos em frente a hospitais e empresas. Em São Leopoldo, os metalúrgicos madrugaram para dialogar com trabalhadores que iniciavam seu turno, em defesa da vida e do emprego. Em Porto Alegre, o ato foi no Largo Glênio Peres, junto ao Mercado Público. Também houve mobilização em Caxias do Sul, Erechim, Getúlio Vargas e São Valentim.

A capital de Rondônia, Porto Velho, amanheceu com lambes colados em vários pontos da cidade como paradas de ônibus.

Em Belém, as ações pelo “Fora, Bolsonaro” foram realizadas no Mercado de São Braz. Já em Fortaleza, as atividades foram realizadas em frente à garagem de ônibus, no Hospital da Mulher e em alguns bairros da cidade.

Em Maceió, o elevado na Avenida Lourival Melo Mota, na entrada da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) iniciou o dia com o grito contra a política genocida do governo Bolsonaro. A Praça da Estação, em Belo Horizonte, também foi palco de um ato simbólico.

Curitiba teve atos registrados no Centro Cívico, desde a manhã. Em João Pessoa, as manifestações foram em frente a superintendência dos Correios.

No Mato Grosso, partidos e movimentos sociais fizeram protestos nos municípios de Cáceres, Rondonópolis e Cuiabá.

Dia Nacional de Mobilização

Os movimentos também querem dialogar com a sociedade sobre a necessidade de "dar um basta à política genocida do governo Bolsonaro”.

"A política do governo Bolsonaro é de morte, atingindo principalmente os mais pobres e o povo negro. Precisamos nos levantar, pois nosso povo está morrendo de vírus e de fome”, aponta o comunicado das organizações populares sobre a mobilização.

Desemprego e desigualdade

taxa de desocupação aumentou em 1,2% entre março e maio de 2020 em relação ao conjunto trimestral de meses anteriores, ou seja, de dezembro de 2019 a fevereiro deste ano. Isso significa que o desemprego atingiu o índice de 12,9% da população economicamente ativa, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no dia 30 de junho.

“Enquanto isso, o ministro da economia, Paulo Guedes, só se preocupa em acabar com os direitos dos trabalhadores, privatizar o país e enriquecer os empresários e os bancos”, defendem as organizações. 

De acordo com o relatório Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid-19 na América Latina e Caribe, da Oxfam Brasil, divulgado no dia 27 de junho, os ricos ficaram mais ricos durante a pandemia de covid-19, entre março e junho deste ano. Mais especificamente, 42 bilionários do Brasil aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões no período, o equivalente a aproximadamente R$ 177 bilhões. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho