Pernambuco

MEIO AMBIENTE

Após um ano, vazamento de óleo no litoral nordestino continua sem respostas

Mesmo com mutirões, vestígios do óleo continua contaminando áreas como manguezais e estuários

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Óleo ainda está escondido dentro dos estuários, impregnados em raízes e troncos de árvores de mangues,nos costões e é quase impossível de ser retirado - Felipe Brasil/ Fotos Públicas

Em 30 de agosto de 2019, as primeiras manchas de óleo apareceram nas praias do nordeste brasileiro. Em poucos dias, uma faixa de cerca de 3 mil quilômetros do litoral já estava tomada por cinco mil toneladas de óleo. 

Um ano depois, ainda sem terem sido identificados responsáveis pelo acontecimento, os impactos  ainda são sentidos por comunidades que tiram seu sustento das águas. “Importante afirmar que com a chegada criminosa desse petróleo, nas praias, nos manguezais, teve um impacto profundo em toda a cadeia da pesca artesanal, em toda a economia pesqueira”, explica  Francisco do Nascimento, Conselho Pastoral de Pescadores. 

Apesar dos esforços de voluntários para superar o impacto agudo, não foi  possível a retirada de todo o óleo presente, é o que afirma o biólogo e oceanógrafo Clemente Coelho “Ele ainda está escondido dentro dos estuários, impregnados em raízes e troncos de árvores de mangues,nos costões, que é quase impossível ser retirado, enterrados na areia escondido entre os corais e isso tem feito com que muitas vezes as pessoas encontrem pequenos fragmentos”.

Sem assistência, os pescadores seguem mobilizados buscando saídas para as comunidades afetadas através da Campanha Mar de Luta. “Essa campanha nacional envolve diversas organizações, diversas comunidades, e colocam em pauta novamente os impactos permanente do petróleo nos seus territórios, nas suas vidas e na economia da pesca artesanal”, explica Francisco. 

No mês de agosto, a Marinha Brasileira, responsável pela investigação, encaminhou para a Polícia Federal um relatório ainda sem respostas conclusivas sobre os possíveis responsáveis pelo crime ambiental. De acordo com a PF, o inquérito segue em sigilo. Confira na reportagem: 

 

 

Edição: Vanessa Gonzaga