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Início Bem viver Cultura

Nordeste

No Dia do Nordestino, entenda a quê se deve a imagem negativa atribuída à região

Professora da UFPE relaciona esta imagem ao papel histórico que a região desempenha na divisão regional do trabalho

08.out.2020 às 14h59
Recife (PE)
Julia Vasconcelos

"A memória da resistência anda viva, embora massacrada e ameaçada, ela ainda anda vida", afirma Evelyne Medeiros - Foto: Arthur Mota/Divulgação Fenearte

É celebrado nesta quinta-feira, dia 8 de outubro, o Dia do Nordestino. Para além de sentimentos como pertencimento ou orgulho, a data traz a oportunidade de refletir sobre qual papel e qual imagem foram atribuídos ao nordestino e à região como um todo ao longo do tempo. E a partir disso, entender o peso da carga histórica e da conjuntura política, social e econômica atual na representação direcionada ao povo do Nordeste a nível nacional e regional. 

O Brasil de Fato Pernambuco entrevistou a professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Evelyne Medeiros, sobre o assunto. Doutora em Serviço Social, a professora estudou a questão social no Nordeste brasileiro. Confira as principais partes da conversa:

Imagem do Nordeste 

A imagem que tem sido designada ao Nordeste é a de região problema, atrasada e subdesenvolvida. "Essa imagem historicamente atribuída ao nordestino tem relação direta com o papel histórico que essa região desempenha na divisão regional do trabalho dentro do desenvolvimento capitalista". Evelyne aponta que o Brasil integra as regiões, mas integra de forma desigual. Segundo ela, é a forma que o capitalismo se desenvolve internamente no país, e faz uma analogia quanto a dependência do Brasil em relação a outros países, que internamente, se manifesta com a desigualdade entre as regiões. "A relação de dependência que acontece externamente, se reproduz também internamente através dessa divisão regional do trabalho e dessa integração desintegradora das regiões." 

Para ela, o papel desempenhado pela região é fundamental para a produção de riqueza, na transferência de matéria prima e recursos naturais, para o Brasil, sobretudo na exportação e reprodução de força de trabalho barata para outras regiões e para a manutenção das elites locais. "Não fosse assim, não teríamos uma produção incessante de pobreza e desigualdades, ao mesmo tempo em que se alcança patamares nunca vistos de riqueza no país, mas riquezas essas que são cada vez mais acumuladas privadamente por poucas famílias bilionárias. A pandemia, inclusive, escancara isso”, aponta. 

Modernização limitada

A professora explica que o Brasil se moderniza de maneira limitada: o limite da dependência, da desintegração desigual e que conserva os setores dominantes. "Esses setores dominantes sempre tiveram completa rejeição a qualquer tipo de mudança social e de melhoria do povo, porque isso implica necessariamente no processo de conscientização e de melhor condição da luta de classe, do ponto de vista dos trabalhadores e trabalhadoras"

Essas elites locais tentam anular e apagar a memória de resistência e de luta popular da região. "Por tudo isso, incomoda tanto que os nordestinos e as nordestinas rompam as fronteiras, conheçam melhor os seus recursos técnicos do seu próprio trabalho, criem, desobedeçam o sentimento e a expectativa folclorizante, idílica e mistificadora do povo nordestino”, explica. 

Nordeste durante governos progressistas 

A professora explica que o Nordeste foi protagonista de um enfrentamento às desigualdades regionais durante os governos progressistas a partir do início dos anos 2000. "Houve uma centralidade no Nordeste, os números mostram a quantidade de recursos que foram aportados para a região, especialmente programas de transferência de renda, habitacionais, de acesso à água, desenvolvimento e criação de polos industriais. É inegável e errado subestimar o papel que tiveram essas políticas". Ela aponta que essas iniciativas foram essenciais para a melhoria das condições de vida do povo. 

Porém, ela sinaliza também a rápida reversão que essas políticas sofreram após o golpe de 2016. "Houve uma ausência de um maior investimento em políticas estruturantes, políticas voltadas para o trabalho e que oferecem um impacto mais permanente na vida do povo. Essa ausência fez com que rapidamente todos esses ganhos fossem revertidos numa velocidade enorme após o golpe de 2016. Hoje a gente vê o rebaixamento da condição de vida do povo nordestino". 

Reconquista do Nordeste no governo atual 

Para a professora, a região vive no governo atual uma tentativa de reconquista do Nordeste. "Existe hoje um conjunto de iniciativas por parte do Governo Federal e especialmente da figura do presidente para interferir de forma mais incisiva no Nordeste na disputa de hegemonia. Não é à toa uma agenda intensa de visitas e inaugurações de obras na região. São políticas de reconquistas do Nordeste, do ponto de vista de reforçar os níveis de exploração, reforçar o compasso entre modernização e conservação e colocar novamente a questão regional no centro da questão nacional". 

Dia do Nordeste

Em um dia para se pensar o que significa ser nordestino e o que representa uma data como o Dia do Nordestino, Evelyne diz que o sentimento é contraditório. "A nossa história não é harmônica, é uma história atravessada por conflitos. Dentro dessa contradição do sentimento de ser nordestina nesse momento histórico, há uma sensação que é a necessidade de rememorar e de tornar vivo o processo de resistência do qual nós fomos e somos protagonistas. É saber que há esse potencial de luta e que isso, uma hora ou outra, deve romper esse limbo que a história está nos colocando". Evelyne finaliza dizendo que, embora massacrada e ameaçada, a memória da resistência anda viva. 

 

Editado por: Vanessa Gonzaga
Tags: bolsonarobrasil de fatolulanordesteresistênciasemiárido
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