Paraná

Cenário pós eleição

Greca é reeleito, mas problemas de Curitiba se agravam

Pandemia volta a bater recordes na cidade e rodízio de água é mantido

Curitiba (PR) |
Número de casos ativos, nesta semana, chegou ao segundo maior da série histórica - Giorgia Prates

Na semana em que o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), foi reeleito com cerca de 60% dos votos válidos, a cidade volta a registrar recordes de caso de Covid-19. Na terça, 17, foram 879 confirmações de infectados, maior número desde o início da pandemia. O número de casos ativos, de pessoas confirmadas com coronavírus e que têm potencial de transmissão, também foi o segundo maior da série histórica, com 7.449. Só ficando atrás de 26 de julho, ápice da primeira onda do vírus.

Apesar desta aparente segunda onda que atinge a capital paranaense, com aumento na ocupação dos hospitais, a prefeitura, até o momento, não tomou novas medidas de controle da pandemia ou de isolamento social. Comércio em geral, shoppings, academias, entre outras atividades, funcionam quase normalmente.

Prevendo lotação dos hospitais, o único movimento da Secretaria de Saúde da capital foi anunciar, no dia 16, “a suspensão temporária das cirurgias eletivas, aquelas que não são urgentes”. Mas, contraditoriamente, um dia depois, autorizou o retorno de crianças às aulas em escolas particulares.

Resultado da eleição

A vitória de Greca já era esperada pelos resultados das pesquisas,  e a concorrência acabou sendo para ver quem chegava em segundo lugar entre o candidato do PDT, o deputado estadual Goura, e o deputado Fernando Francischini, (PSL), da base bolsonarista. Goura acabou com 13,26% dos votos e Francischini, com  6,26%.

Rodízio critico

O alívio que os curitibanos e habitantes da Região Metropolitana tiveram no dia da eleição, com a suspensão do rodízio de água, só durou as 24 horas do domingo. Na segunda, 16, foi retomada a suspensão do abastecimento. Na quarta-feira, 18, segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), os reservatórios que abastecem a região estavam com 29% de sua capacidade. Caso fiquem abaixo de 25%, começará rodízio mais severo, com 24 horas com água e 48 horas sem.

Desigualdade persiste

Vendida como cidade modelo, Curitiba tem, na realidade, cerca de 10% da população vivendo em ocupações irregulares, afetados fortemente pela Covid-19 e pela falta de água, já que muitas casas não têm caixa de água nem banheiro. Entre loteamentos irregulares, loteamentos clandestinos e favelas são cerca de 60 mil domicílios praticamente esquecidos pela atual gestão da prefeitura. 


Vendida como cidade modelo, Curitiba tem cerca de 10% da população vivendo em ocupações irregulares, afetados fortemente pela Covid-19 e pela falta de água / Giorgia Prates

Edição: Frédi Vasconcelos