Muda tudo de novo

Novos casos da covid escalam e governo passa a falar em vacina ainda para dezembro

OMS informa que Brasil foi a nação que mais teve crescimento nos números da pandemia na última semana

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mudou o tom após pressão de governadores, prefeitos e entidades por planejamento da campanha de imunização. - Aurélio Pereira/ Fotos Públicas

Um dia após afirmações do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que o registro de uma vacina contra a covid-19 no Brasil poderia demorar até dois meses, o governo mudou o discurso. O próprio Pazuello disse nesta quarta-feira (9) que, se houver autorização emergencial para o imunizante da Pfizer, a aplicação pode ter início ainda este mês.

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O general explicou ainda que, além da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o início do processo de imunização dependeria de quantas doses a farmacêutica conseguiria entregar. As afirmações foram feitas em entrevista a uma rede de televisão e confirmadas pelo Ministério da Saúde.

Nessa terça-feira (8), Pazuello foi cobrado sobre a apresentação de um planejamento mais concreto para a campanha de vacinação contra o coronavírus. Ele participou de um encontro com governadores, que aumentaram a pressão após anúncio do governo do estado de São Paulo sobre início de um processo de imunização estadual em 25 de janeiro.

Foi nessa ocasião que o ministro previu o prazo de 60 dias para aprovação de uma vacina e o início da campanha para fevereiro. As cobranças, que vinham também de entidades, foram intensificadas. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que aponta omissão por parte do governo e pede que seja autorizada a compra de imunizantes aprovados em outros países.

Um eventual início de aplicação de doses ainda este ano não representaria campanha de vacinação em massa, de acordo com o próprio Pazuello. A vacina da Pfizer seria destinada a uso emergencial, para uma parcela pequena da população. Ainda não foi divulgado nenhum plano final para o processo de imunização no Brasil.

Números da covid no Brasil

Até esta quarta-feira (9), os registros de novos contaminados no Brasil já representavam mais da metade de tudo o que foi confirmado na semana passada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país apresentou o avanço mais preocupante do período entre as nações mais atingidas. A escalada foi de 35%. Nos Estados Unidos esse mesmo índice ficou em 9% e na Índia houve retração de 15%.

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De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o total de pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus em território nacional chega a 6.728.452. Foram relatados 53.453 novos casos desde a terça-feira (8). É o pior resultado para um dia desde a segunda semana de agosto. Na época, o Brasil país passava por um platô de números altíssimos, com sucessivos registros de mais de 300 mil contaminados por semana.

O número de óbitos causados pelo coronavírus no Brasil é de 178.995 pessoas. Em 24 horas, foram confirmadas 836 mortes.

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”. 

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Rodrigo Chagas