Educação

Governo do RS fecha 61 escolas estaduais em menos de um ano, denuncia sindicato

De acordo com o CPERS, o governo de Eduardo Leite fechou, em nove meses, quase duas mil turmas de ensino

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Fechamento de turmas resulta na evasão de estudantes, avalia Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) - AEN

Em apenas nove meses, o governo gaúcho de Eduardo Leite (PSDB) fechou 61 escolas e extinguiu 1.899 turmas na oferta da rede estadual de educação. Os dados, que integram o Censo Escolar 2020, foram apresentados nesta quarta-feira (10) pelo sindicato Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS). Os números foram analisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e correspondem ao intervalo entre maio de 2019 e o dia 11 de março de 2020, refletindo o cenário pré-pandemia.

Continua após publicidade

Leia mais: Cinco mentiras sobre o retorno das aulas presenciais

Conforme aponta a instituição, para fins comparativos, em quatro anos o governo estadual anterior, de José Ivo Sartori (MDB), fechou 100 escolas estaduais, ou cerca de duas escolas por mês. Já Leite fechou em média 6,7 escolas por mês. “Como o Censo Escolar 2020 reflete o período anterior à pandemia, a base ainda não captura o violento desmonte em curso desde a suspensão das aulas presenciais”, destaca o Sindicato.

:: Audiência vai debater suspensão de matrículas para Educação de Jovens e Adultos no RS ::

Fechamentos geram evasão

Segundo avaliação da entidade, o fechamento de turmas, muitas vezes associado a enturmações e multisseriações, reduz a capacidade de atendimento da rede, desagrega vínculos e desestimula estudantes, contribuindo para a evasão escolar.

:: Escola do RS ocupada para impedir fechamento recebe vistoria de oficial de justiça ::

“Ao fragilizar a oferta, o estado prenuncia cortes maiores, levando ao encerramento de turnos inteiros e ao fechamento de escolas. Trata-se de um ciclo vicioso: o estado incentiva a evasão e usa a redução de matrículas (queda de 5,5% em 2020) como justificativa para continuar o desmonte da rede. Menos turmas e escolas também significam salas de aula lotadas e educadores(as) ainda mais sobrecarregados”, ressalva o Sindicato, pontuando que fica clara a intenção de “cortar gastos a qualquer custo e precarizar a educação pública para abrir mercado ao ensino privado”.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira e Rodrigo Durão Coelho