Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Política

Articulação

Artigo | A prisão do deputado Daniel Silveira e a trama do general Villas Bôas

Foi para defender Villas Boas que o bolsonarista Daniel Silveira desafiou o STF

18.fev.2021 às 17h28
São Paulo (SP)
Marcelo Uchôa
Daniel Silveira junto a Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, ambos integrantes do PSL

Daniel Silveira junto a Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, ambos integrantes do PSL - Reprodução

Dispensável a discussão sobre a legalidade do flagrante determinado contra o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) que, em vídeo divulgado na internet, na última terça-feira (16), propagou ódio, atentou contra o regime democrático, ameaçou, incitou violência, caluniou e difamou gravemente integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).

 No estado constitucional brasileiro, a prisão do indivíduo será sempre uma exceção, mas o art. 302 do Código de Processo Penal é categórico quando considera em flagrante delito quem, dentre outras hipóteses, “está cometendo infração penal” ou “quem acaba de cometê-la”. O art. 303 estabelece que “nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência”. 

O ministro Alexandre de Moraes do STF, em decisão que foi endossada pela unanimidade da Corte na quarta-feira (17), aplicou ao deputado o entendimento de infração permanente pelo fato do vídeo objeto da polêmica ter permanecido na internet com dezenas de milhares de visualizações no momento da informação delituosa.

Segundo o ministro, o deputado, cuja ação era reiterante (é investigado no Inquérito 4781 de 2019 sobre as divulgações de fake news contra o Supremo) rompera os parâmetros aceitáveis à liberdade de expressão quando propagou ideias contrárias à ordem constitucional e ao estado democrático, crime inafiançável segundo a previsão do artigo 5º, XLIV, da Constituição.

Incabível, portanto, apelar à prerrogativa da imunidade parlamentar para evitar a prisão. A imunidade não serve para proteger quem comete crime, principalmente o crime de incitar o estabelecimento do estado de exceção, como fez o deputado quando escarneou contra o livre funcionamento do Supremo e demandou pela intervenção odiosa das forças armadas na vida política.

Antes disso, a imunidade existe para amparar o parlamentar no livre exercício de suas prerrogativas contra o estabelecimento do estado de exceção. Advogar a imunidade parlamentar ilimitada para este caso seria advogar pela possibilidade da ruptura institucional, o que não faz nenhum sentido.

:: Se Câmara liberar Daniel Silveira, "porteira está aberta para um golpe", analisa Diap ::

Também não faz sentido defender a liberdade de expressão para expressar o ódio, porque uma democracia vive à base do respeito a marcos civilizatórios e tolerar o ódio significa abrir-se à possibilidade de aniquilação completa dos princípios que amparam a dignidade social e a própria democracia.

Assim, correta a decisão do ministro Alexandre de Moraes confirmada pelo Pleno do STF. Há, porém, quem diga que não houve flagrância porque passaram-se algumas horas entre a divulgação do vídeo e a determinação da prisão.

Essa interpretação é importante, mas se esgota na natureza do próprio fato, pois é insofismável que a conduta infracional continuava acesa com a disponibilização do vídeo na internet, sendo exatamente este o desejo do deputado tanto que, no momento da detenção, ele gravou novo vídeo repetindo crimes proferidos no vídeo inicial.

Portanto, também nesse sentido foi correta a providência do Supremo. Mas há questões no entorno do fato que não podem ser desprezadas. Estrategicamente, o presidente da República calou-se diante da prisão do correligionário.

Porém, o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PSL-RJ) pronunciou-se nas redes sociais ofendendo diretamente o ministro Alexandre de Moraes, detratando, mais uma vez, a Corte. O ex-ministro bolsonarista, Abraham Weintraub, expôs em público que havia se congratulado com o deputado preso pelo discurso odioso.

O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, tuitou que estava com estômago embrulhado com a determinação da prisão. Eduardo Bolsonaro, o outro filho, antecipou que votaria pela não confirmação do encarceramento de Daniel Silveira na Câmara por defender a liberdade de expressão.

A democracia brasileira está em frangalhos e é fundamental que as instituições tenham clareza de seus papeis neste momento

O comunicador bolsonarista Ratinho bradou abertamente sobre a necessidade de uma intervenção militar para pôr ordem no Brasil, assim como feito em Singapura. Tudo isso menos de uma semana após a sociedade brasileira ser informada pelo general Eduardo Villas Boas, ex-comandante do exército, de um conluio da alta cúpula militar, em 2018, para impedir que o STF concedesse um habeas corpus ao presidente Lula.

Pior, em meio a declarações do presidente da República sobre fechamento da imprensa e facilitação de acesso a armas de fogo, com direito a ameaça explícita do deputado bolsonarista Marcio Labre (PSL-RJ), segundo o qual a vantagem de se ter uma população civil bem armada é que, se a esquerda retomar o poder, ainda que eleitoralmente, será recebida à bala pelo cidadão de bem.

Este mesmo deputado já se pronunciou achincalhando o ministro Alexandre de Moraes pela prisão de Daniel Silveira.
Enfim, o problema é muito mais grave do que se imagina. Não pode ser coincidência que todos os citados neste texto sejam bolsonaristas. Sem a ação confessa de Villas Boas não teria havido vitória de Bolsonaro em 2018.

Foi para defender Villas Boas que o bolsonarista Daniel Silveira desafiou o STF. A democracia brasileira está em frangalhos e é fundamental que as instituições tenham clareza de seus papeis neste momento. Não há espaço para tergiversações, a única forma de evitar que cenário mais sombrio se propague é reparando os equívocos históricos que conduziram o país a esta situação.

O STF deve julgar a suspeição de Moro, deve anular os processos de Lula, deve apurar a confissão conspiratória do general Villas Boas, deve tocar adiante o inquérito das fake news, deve manter sob o rigor da lei o deputado Daniel Silveira, deve coibir todos os atos presidenciais hostis à ambiência democrática.

A Câmara, por sua vez, deve endossar a prisão do deputado ora recolhido na Polícia Federal e deve cassar seu mandato. Deve conter todos os deputados que aterrorizam o país com ameaças e discursos de ódio. É pelo bem do Brasil, sim, e pelo bem deles também. O Supremo que o diga. 

Marcelo Uchôa é advogado e Professor de Direito da Universidade de Fortaleza. Membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) – Núcleo Ceará. Twitter/Instagram: @MarceloUchoa_

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Leandro Melito
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Barco capturado

Itamaraty diz que ativistas sequestrados por Israel estão bem, mas destino é incerto, afirma coordenadora

TRAMA GOLPISTA

Ramagem nega monitoramento ilegal de ministros do STF pela Abin

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Encontros abertos debatem melhorias na rede de assistência social do Recife

GERAÇÃO DE RENDA

12ª Feira de Economia Popular Solidária destaca o protagonismo de mulheres negras em Porto Alegre

DEPORTADOS

Governo de Israel confirma que barco com Greta e Thiago Ávila foi levado até o porto de Ashdod

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.