Pandemia avança

Em bandeira preta, RS tem quase 97% dos leitos de UTI ocupados

Só na capital gaúcha já são 511 pacientes internados com covid-19 nas UTIs e 156 aguardando leito

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |

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RS permanece com 100% do seu território com altíssimo risco de contágio - Reprodução

A situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) se agravou ainda mais no estado do Rio Grande do Sul, em especial na capital Porto Alegre, que registrou lotação máxima neste final de semana.

"Vamos ter pessoas morrendo em casa ou morrendo na porta dos hospitais, porque não vamos ter onde interná-las. Vamos ter um cenário de guerra”, afirmou Thaís Guimarães, médica infectologista e presidente da Comissão de Infectologia do Hospital das Clínicas, à CNN. 

Em todo o Rio Grande do Sul, seguindo tendência de aumento de internações nos últimos dias, às 18h de segunda-feira (1º), a ocupação de leitos de UTI estava em 96,9%. São 2.707 pacientes em 2.793 leitos de UTI. Entre os internados, 1.677 (62%) têm covid-19 confirmada e 217 têm suspeita da doença. A ocupação dos leitos privados ultrapassou seu esgotamento, tendo 122,1% de ocupação. Já no Sistema Único de Saúde, a ocupação está em 88,3%.

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Porto Alegre registrou, na segunda-feira (1º), 98,5% dos leitos de UTI ocupados. Os Hospitais Moinhos de Vento e Vila Nova ultrapassaram sua capacidade e estão com ocupação de 115,15% e 105%, respectivamente. Os hospitais Complexo Hospitalar Santa Casa, São Lucas, Ernesto Dornelles, Independência, Femina e Restinga estão com as UTIs em lotação máxima. Sete hospitais estão com lotação superior a 90% e dois com mais de 80% de ocupação. 

A capital gaúcha teve hoje o maior números de internados em estado grave desde o início da pandemia, ultrapassando 500 pacientes. Entre os 856 pacientes internados em UTIs na cidade, 511 têm covid-19 confirmada, 47 têm suspeita da doença, e 156 tem covid confirmada e estão na emergência aguardando por um leito.

Estado tem mais de 643 mil infectados e 12.470 vítimas fatais 

O Rio Grande do Sul registrou 78 óbitos nas últimas 24 horas pela covid-19, conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado nesta segunda-feira (1). Já são 12.470 vidas perdidas no território gaúcho em função da doença. 

::Secretários estaduais de Saúde defendem pacto para evitar colapso nacional::

O estado também registra 643.672 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com a confirmação de 3.013  novos casos pela SES. Dos infectados até o momento, 601.500 (93%) são considerados recuperados e 29.640 (5%) estão em acompanhamento.

De acordo com a SES, Porto Alegre foi a cidade com o maior número de vítimas fatais, sendo 9 óbitos, seguida de Passo Fundo (6), Caxias do Sul (5), Canoas e Rio Pardo (3); Bento Gonçalves, Santa Cruz do Sul, Sapiranga, Cruz Alta, Montenegro, Carazinho, Santo Ângelo, Cachoeira do Sul e Três de Maio, tiveram 2 óbitos cada. Nenhuma outra cidade teve registro de mais de uma vítima fatal nas últimas 24 horas. Dos 497 municípios gaúchos, apenas 53 não têm registro de vítimas fatais.

País soma mais de 255 mil vítimas fatais 

O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) registrou, em boletim publicado hoje (1), 778 óbitos e 35.742 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma 255.720 mortes e 10.587.001 contaminados pelo novo coronavírus. 

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O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.  

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.  

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Rebeca Cavalcante e Marcelo Ferreira