Mais de 400 motoristas de carros e motos fizeram fila para receber um ticket gasolina, ou voucher, na manhã de hoje (4) no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. Com o voucher em mãos, a gasolina foi vendida ao preço de R$ 3,50 por litro. A ação faz parte da campanha “Combustível a Preço Justo”, que aconteceu em diversas cidades do país.
Realizada pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), a distribuição dos vouchers foi direcionada a quem trabalha com aplicativos de mobilidade e entrega. O objetivo foi conversar sobre o atual preço dos combustíveis, que causa o aumento do gás de cozinha, da gasolina e do diesel.
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Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro/MG, esteve na distribuição dos tickets nesta manhã. “Foi importante para fazer o debate com esses motoristas, mas demonstrou o quanto é necessário que essa ação continue e se fortaleça. A vida dos trabalhadores de aplicativo de entrega está ficando cada vez mais difícil”, relatou.
O sindicato dos petroleiros irá procurar parcerias para que mais entregas de vouchers aconteçam, garante o coordenador.
Preço de gringo
Desde 2016, as gestões da Petrobrás vêm praticando o “Preço de Paridade de Importação” (PPI). Significa que o preço do combustível dentro do país será sempre pareado com o valor do barril de petróleo no mercado internacional. A subida do dólar e os custos de importação, que não tem relação direta com a venda da gasolina no Brasil, passaram também a influenciar no aumento, por uma decisão dos administradores da Petrobrás.
“Se quiser vender para os gringos, aí vende a preço internacional. Para nós, a preços nacionais. A galera está desempregada, sem receber um real, e pagando a gasolina em dólar? Tem como isso?”, indignou-se. “A gente quer que a Petrobras tenha o seu lucro, para manter sua saúde financeira, mas também cumpra seu papel social de fornecer gasolina a preço justo”.
A esse método de aumento somam-se a privatização das refinarias, que já vêm sendo feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo ministro da Economia Paulo Guedes. A mudança pode contribuir para ainda mais aumentos nos combustíveis.
Ação acontece em todo país
O “Dia Nacional dos Combustíveis a Preços Justos” é realizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos parceiros em várias cidades. Em Minas, a venda foi subsidiada pelo próprio Sindipetro/MG e a CUT-Minas.