Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

sem descanso

Aluguel, dívidas, gasolina: motoristas de app relatam desespero para fechar as contas

Aumento do preço do combustível obriga trabalhadores a encararem jornadas exaustivas, de domingo a domingo

10.mar.2021 às 07h36
São Paulo (SP)
Daniel Giovanaz

Reajuste nos combustíveis impacta no processo de quase todas as mercadorias; "carne, agora, é uma vez por mês", lamenta motorista - Marcelo Camargo / Agência Brasil

Eduardo Silva foi motorista de ônibus por 20 anos, com carteira assinada, mas perdeu o emprego ao início da pandemia de covid-19. Há quatro meses, alugou um carro, cadastrou-se no aplicativo Uber e passou a trabalhar de domingo a domingo.

“A gente se sente lesado. Não tem direito nenhum, não tem ninguém para nos dar um suporte. Ganha o que faz na rua. E, se ficar doente, ferrou, porque o SUS está um caos nessa pandemia”, relata.

Em 2021, o preço do litro da gasolina foi reajustado seis vezes e subiu, no acumulado, 53%, ultrapassando a casa dos R$ 5 em quase todos os postos.

O reajuste no preço de combustíveis impacta em quase todas as mercadorias. Os empresários responsáveis pelo frete repassam o aumento aos comerciantes, que transferem ao consumidor final, e logo o custo de vida sobe em todo o país.

A angústia de Eduardo é a mesma de 1 milhão de motoristas de aplicativo no país, que precisam cobrir esse custo adicional sozinhos, sem possibilidade de transferir o prejuízo a ninguém.

Eles deixam uma parcela cada vez maior de seus ganhos no posto e no supermercado e veem as corridas renderem ainda menos.

O Brasil de Fato conversou com alguns desses trabalhadores em São Paulo (SP), cidade brasileira que mais utiliza aplicativos para transporte de passageiros. Confira:

“Carne, agora, é uma vez por mês”

Embora viva em um apartamento próprio, Eduardo paga R$ 1,5 mil por mês em dívidas do imóvel. As despesas fixas ainda incluem, além do aluguel do carro, a pensão da filha mais nova, de seis anos. O motorista também ajuda o primogênito, de 21.

“Eu tento dar o melhor aos dois, mas está difícil”, reconhece. Doze horas diárias de trabalho, com risco de contaminação, rendem a Eduardo até R$ 2 mil “limpo” – descontadas as despesas acima.

No supermercado, o dinheiro compra cada vez menos, a tal ponto que o cardápio semanal mudou. “Hoje em dia, o que dá para comer é um frango. Carne, agora, é uma vez por mês”, relata o motorista, que pretende deixar a Uber ao final da pandemia.

“Os governantes do nosso país não gostam do pobre. Então, é torcer para essa covid acabar e as portas dos empregos se abrirem, para a gente tentar fazer outra coisa. Por enquanto, tem que ir sobrevivendo aqui”, finaliza o motorista.

“Tudo aumenta, menos os valores da corrida”

Ricardo Rodrigues de Souza trabalha há mais de três anos como motorista de aplicativo na capital paulista. Pai de dois filhos, de 10 e 6 anos, ele afirma que sua renda mensal caiu à metade devido à pandemia e ao aumento dos preços nos combustíveis.

Ricardo conta que vem faturando, em média, R$ 3 mil mensais. Nos tempos áureos, fechava o mês com R$ 7 mil. “Tudo sobe, menos os valores da corrida. A Uber não dá aumento pra gente há quase seis anos, então fica difícil”, critica.


No acumulado de 2021, a gasolina vendida pela empresa subiu 41,6%, enquanto o diesel aumentou 33,9% e o gás de cozinha, 17,1% / Daniel Giovanaz

O valor pago pelos aplicativos aos motoristas “parceiros” é resultado de uma série de variáveis, como distância, tempo da corrida, conforto do veículo e demanda de passageiros.

A Justiça brasileira não reconhece vínculo entre os motoristas e empresas como Uber, 99 e Cabify.

O aluguel do carro representa, para Ricardo, um custo fixo de R$ 400 por semana ou R$ 1,6 mil por mês. Isso significa que metade dos seus ganhos são destinados ao custeio do instrumento de trabalho.

“Tem meses em que eu não consigo pagar todas as minhas contas e vão se acumulando as dívidas”, lamenta o motorista.

“A gente paga para trabalhar”

Elvis Freitas Vidal, de 23 anos, atua desde os 18 como motorista. Hoje, ele usa um carro flex, que dá a opção de abastecer em álcool quando o preço da gasolina se torna inviável.

Porém, como o álcool rende em média 30% menos, só vale a pena se o litro custar até 70% o da gasolina. Não é o caso, relata Elvis. O etanol subiu quase na mesma proporção dos combustíveis à base de petróleo.

O primeiro motivo diz respeito a oferta e demanda. Como o álcool pode substituir a gasolina nos modelos flex, muitos consumidores acabam optando pelo mais barato. Se a procura pelo etanol aumenta, o preço também sobe. A segunda razão é que o álcool sofre influência direta da cotação do dólar.

“A gente paga para trabalhar”, relata Elvis. “Hoje eu coloco R$ 100 de gasolina e dá 20 litros. Rodando esses 20 litros, eu tenho um lucro de, mais ou menos, R$ 30”.

“Vamos supor que meu pneu furou”, completa o motorista. “Se eu fizer uma corrida de R$ 100 e colocar R$ 70 de álcool, não consigo nem consertar o pneu.”


Preço da gasolina beirava os R$ 5 na maioria dos postos de combustível no fim de fevereiro / Daniel Giovanaz

Para conseguir ter alguma margem, o jeito é trabalhar cada vez mais: de manhã até a noite, com intervalos curtos e, no máximo, 2 folgas por mês.

O motorista enfatiza que quem trabalha no ramo dificilmente faz as refeições em casa. “A gente está na rua toda hora, e a comida fora é muito cara. Então, come lanche, come alguma coisa rápida, mais barata, come o que tiver”, relata.

Por que a gasolina subiu tanto

Desde o governo Michel Temer (MDB), a Petrobras adota o Preço de Paridade Internacional (PPI), ou seja, atrela os preços dos combustíveis no Brasil ao valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), essa política de não intervenção em um mercado instável e altamente condicionado pela especulação é o que explica os aumentos constantes nos preços dos derivados de petróleo, como o diesel, gasolina e gás de cozinha.

Desde o início da pandemia, a moeda brasileira foi a que mais desvalorizou no planeta.

Hoje, 39% dos lucros e dividendos da Petrobras são distribuídos a acionistas estrangeiros. A empresa está em processo de privatização, caracterizado inicialmente pela diminuição do investimento público e pela venda de refinarias.

Desde 2018, o governo se desfez indiretamente de 16,2% das ações ordinárias (com direito à voto) da Petrobras. Com isso, o Estado passou a deter apenas 50,2% da petroleira, o limite para manter seu poder de decisão.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os investimentos da estatal subiram de US$ 6 bilhões, em 2003, para US$ 48 bilhões, em 2013. Depois disso, houve uma queda gradativa até chegar aos US$ 10 bilhões do ano passado.

Em 2013, a Petrobras tinha 86 mil trabalhadores próprios e 360 mil terceirizados. Ao final do primeiro ano do governo Bolsonaro, eram 57 mil trabalhadores próprios e 103 mil terceirizados, configurando-se como a empresa do setor que mais demitiu funcionários em todo o mundo.

Editado por: Poliana Dallabrida
Tags: appeconomiauber
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

ARTIGO 19

Mendonça: redes não podem ser responsabilizadas por postagens ilegais

Protesto

MST realiza atos em Marabá (PA) contra instalação da hidrovia Araguaia-Tocantins

Bolsonarismo

Falta de unidade pode enfraquecer extrema direita nas eleições de 2026, avalia professor

AMAZÔNIA

‘Aproveitam brechas da lei para roubar terras públicas’, diz secretário do Observatório do Clima sobre grileiros

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.