JUSTIÇA

MP da Bolívia emite ordem de prisão contra Jeanine Áñez e 4 ex-ministros golpistas

Dois ex-funcionários estão foragidos da justiça e dois já foram detidos; todos são acusados de terrorismo e conspiração

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Jeanine Áñez assumiu a presidência da Bolívia depois de um golpe de Estado em novembro de 2019. - Aizar Raldes / AFP

O Ministério Público da Bolívia emitiu nesta sexta-feira (12) ordem de prisão contra a ex-presidenta golpista, Jeanine Áñez e quatro dos seus ex-ministros, acusados de crimes de terrorismo, conspiração e separatismo. 

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Os ex-ministros de governo Arturo Murillo, e de defesa Fernando López, estão foragidos da justiça, depois de fugir do país, passando pelo Brasil, em novembro de 2020, logo depois da vitória eleitoral do Movimento Ao Socialismo. 

Diante do precedente, na decisão, o MP boliviano destacou a necessidade da detenção imediata dos acusados para evitar novas fugas. 


Documento emitido pelo MP da Bolívia exige a prisão da ex-presidenta golpista Jeanine Áñez e quatro ex-ministros. / Reprodução

Yerko Núñez, ex-ministro da Presidência, está sendo buscado pelas autoridades, enquanto o ex- chefe da pasta de Energia, Rodrigo Guzmán,  e Álvaro Coimbra, ex-ministro de Justiça, já foram detidos em Beni, orte do país. 

Jeanine Áñez assumiu a presidência depois de um movimento golpista opositor, aliado às Forças Armadas, que levou à renúncia forçada de Evo Morales e Álvaro García Linera, logo depois de terem vencido sua quarta reeleição, em outubro de 2019.

Agora, Áñez, que foi candidata à governadora pelo estado de Beni, nas eleições regionais do último domingo (7), acusa ser perseguida pelo Estado. "A perseguição política começou. O MAS decidiu voltar ao estilo da ditadura. Uma pena, porque a Bolívia não precisa de ditadores, necessita de liberdade e soluções", publicou na sua conta no Twitter.

Os indiciados também foram acusados de colocar obstáculos ao processo, depois que o Ministério Público constatou o sumiço de documentos emitidos durante o golpe de Estado de novembro de 2019.

Nessa semana, as autoridades já haviam ordenado a prisão do alto mando militar durante a gestão interina de Áñez. Ao todo, 14 pessoas já foram indiciadas pelo Ministério Público.

Edição: Leandro Melito