Troca no 1º escalão

Após nove meses com general, Brasil volta a ter um médico como ministro da Saúde

Cardiologista Marcelo Queiroga assume o cargo no lugar de Eduardo Pazuello, que era ministro desde maio de 2020

São Paulo |

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O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - Divulgação

 

O general de divisão do exército Brasileiro Eduardo Pazuello não é mais ministro da Saúde no país. Para seu lugar, na noite desta segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou o médico cardiologista Marcelo Queiroga. Ele é o quarto ministro a ocupar a pasta no atual governo.

O presidente confirmou a informação durante conversa informal com seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. "Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A conversa foi excelente, já conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias", disse Bolsonaro.

O presidente continuou: "Tem tudo, no meu entender para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje". Eduardo Pazuello, o ex-ministro-general, deixa o cargo em meio ao momento mais agudo da pandemia do novo coronavírus no país, debaixo de muitas críticas por sua condução da pasta desde que assumiu o cargo de ministro, em maio do ano passado.

Na tarde desta segunda, poucas horas antes do anúncio do presidente, Pazuello concedeu entrevista coletiva em brasília, em que anunciou que ainda não estava deixando o cargo. Ele fez um balanço das ações contra a covid-19 e da vacinação no Brasil sob sua gestão, mas não trouxe qualquer medida nova. Ele também não anunciou qualquer plano nacional de incentivo ao isolamento para controle da propagação do vírus.

"Ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia, sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal" afirmou o general da ativa, poucas horas antes de ter sua saída anunciada informalmente por Bolsonaro.

Vacinas

Durante a entrevista, Pazuello afirmou que o governo fechou acordo para compra de 100 milhões de vacinas produzidas pela Pfizer/BioNTech e 38 milhões fabricadas pela Janssen. 

Ainda segundo o ministro, há 562,9 milhões de doses já contratadas e com entregas previstas para este ano. Até agora, o Brasil distribuiu pouco mais de 21 milhões de doses. A previsão era chegar a 38 milhões até março, o que não deve se concretizar. 

Números diários

Nesta segunda-feira (15), o Brasil registrou 36.239 novos casos de covid-19, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Ao todo, 11.519.609 pessoas já foram contaminadas pelo coronavírus no país

Somente nas últimas 24 horas, houve a confirmação de 1.057 casos fatais e o total de mortes chegou a 279.286. A média móvel de mortes, calculada a partir dos registros dos últimos sete dias, alcançou 1.841. O patamar vem batendo recordes seguidos há quase um mês. 

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”. 

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

*Colaborou, Nara Lacerda

Edição: Vinícius Segalla