Nos andes

Boca de urna no Peru confirma equilíbrio, com diferença mínima entre os candidatos

Chamado "flash eleitoral" aponta diferença de oito pontos percentuais entre os seis primeiros colocados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Eleição peruana é considerada uma das mais imprevisíveis das últimas décadas - Juan Carlos CISNEROS / AFP

Cerca de 25 milhões de peruanos foram às urnas neste domingo (11) para uma das eleições mais imprevisíveis da história. Às 19h, hora local (21h, de Brasília), foi divulgada a primeira pesquisa de boca de urna, do instituto Ipsos, confirmando o equilíbrio entre os principais candidatos.

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Em primeiro lugar, está o professor Pedro Castillo, do partido de esquerda Peru Livre, com 16,1% dos votos. Em segundo no chamado "flash eleitoral", aparecem Hernando de Soto (Avança País) e Keiko Fujimori (Força Popular), de direita, com 11,9%. Em seguida, estão Yonhy Lescano (Ação Popular), de centro, com 11%, seguido por Rafael López Aliaga (Renovação Popular), de extrema direita, com 10,5%, e Verónika Mendoza, de esquerda, com 8,8%.

Foram ouvidos 30 mil eleitores de todo o país. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Keiko Fujimori, que divide o segundo lugar, é filha do ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000.

Os primeiros resultados da apuração oficial devem sair a partir da meia-noite (horário de Brasília).

O dia de votação

A Polícia Nacional do Peru informou que a jornada eleitoral ocorreu sem contratempos.

Um dos poucos imprevistos aconteceu na zona leste da capital, Lima. A alta quantidade de urnas fechadas pelo não comparecimento de mesários provocou uma situação inusitada: autoridades do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) pediram que jovens, vizinhos aos locais de votação, se apresentassem voluntariamente para garantir a continuidade do processo.

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Ocorreram atrasos na instalação das seções eleitorais em quatro distritos da capital: San Isidro, Miraflores, San Borja e Surco. Até as 12h, menos de 50% das mesas estavam operando. À tarde, a situação foi normalizada.

Em meio a uma crise política, econômica e sanitária, o Peru tem nas eleições de 2021 a possibilidade de recuperar sua estabilidade após sucessivas trocas na cadeira presidencial. O aprofundamento do neoliberalismo e os impactos da operação Lava Jato, que desestabilizaram os últimos governos, desaqueceram a economia e reforçaram a perda de credibilidade da classe política.

A apatia ou indiferença dos cidadãos deve se refletir nas urnas, com altos índices de votos nulos e brancos, segundo analistas locais.

Edição: Daniel Giovanaz