Avanço

CPI da Covid define participantes e previsão de início das investigações

Comissão que investigará omissões do governo durante a pandemia deve ter início somente depois do dia 21

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A data exata da instalação ainda não foi definida; Pacheco adiantou que está discutindo o assunto com a Secretaria-Geral da Mesa do Senado - Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), anunciou nesta quinta-feira (15) a relação dos parlamentares que farão parte da CPI da Covid, que vai investigar a conduta do governo Bolsonaro diante da pandemia.

Os integrantes da comissão foram indicados pelas lideranças partidárias na Casa. Ainda não foram definidos os senadores que ocuparão a presidência e a relatoria do colegiado. Pela agenda do Senado, estabelecida por Pacheco, a CPI da Covid deve ter início somente a partir da próxima quinta (22), depois do feriado de Tiradentes.

A partir de agora, a comissão já pode ser instalada. Na primeira reunião devem ser eleitos o presidente, o vice e o relator. O senador Otto Alencar (PSD-BA), como membro mais idoso entre os titulares da comissão, vai comandar a instalação e a eleição, que ocorrerão em encontro presencial.

A data exata da instalação ainda não foi definida. Pacheco adiantou que está discutindo o assunto com a Secretaria-Geral da Mesa do Senado e que em breve levará as opções para os membros da comissão.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de criação da CPI (RQS 1.371/2021), defendeu que os trabalhos comecem já na próxima quinta.

“Consultei boa parte dos membros da comissão. Eles estão prontos para virem a Brasília assim que forem chamados. A possibilidade de adiamento já foi vencida pelos fatos. Creio que todos têm essa convicção”, afirmou à Agência Senado.

Além das ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia do coronavírus, a comissão vai apurar a destinação de repasses feitos pela União aos estados.

“Medida sanitária”

Em entrevista coletiva, Randolfe avaliou que a CPI será uma “medida sanitária” contra a pandemia. Ele afirmou que, ao jogar luz sobre as políticas de saúde do país, a comissão poderá impedir o “aprofundamento do morticínio”. O Brasil é o líder mundial de novas contaminações e mortes pela covid-19.

Para o senador, a comissão não se converterá em meio de perseguição pessoal contra ninguém, e poderá oferecer subsídios para providências políticas e judiciais. “Nenhuma CPI cassou mandatos, prendeu ou fez impeachment de ninguém. Esse não é o papel dela. As conclusões da CPI é que podem levar a isso. Não tem alvo personalizado. O alvo é o fato: como chegamos até aqui?”

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Ele defendeu que as primeiras reuniões da comissão se concentrem em audiências com médicos e cientistas que possam explicar por que a situação do Brasil se agravou, e quais ações e omissões do poder público contribuíram para isso. “Estamos em um atoleiro sanitário porque não foi ouvida a ciência”, finalizou.

Confira os titulares da CPI da Covid

Eduardo Braga (MDB-AM)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Eduardo Girão (Pode-CE)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Otto Alencar (PSD-BA)
Omar Aziz (PSD-AM)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Jorginho Mello (PL-SC)
Humberto Costa (PT-PE)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Suplentes

Jader Barbalho (MDB-PA)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Marcos do Val (Pode-ES)
Ângelo Coronel (PSD-BA)
Zequinha Marinho (PSC-PA)
Rogério Carvalho (PT-ES)
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)