Calendário

Vacinação de prioritários termina só em setembro, diz governo; STF cobra gestão

Projeção foi divulgada nesta quarta (21) pelo Ministério da Saúde; previsão anterior era de finalização em maio

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Número de pessoas prioritárias que foram imunizadas pelo menos com a primeira dose é de 27 milhões; meta é de 77 milhões - Mauro Pimentel/AFP

O governo Bolsonaro alterou a previsão de término da vacinação dos grupos prioritários para a covid-19. Antes projetada para maio, a finalização dessa fase agora está prevista somente para setembro. A informação foi divulgada pela quarta-feira (21) pelo Ministério da Saúde (MS).

O segmento abrange 77 milhões de pessoas e a estimativa é de que todos os pertencentes ao grupo recebam a primeira dose da vacina até a primeira quinzena de julho.

Até o momento, o número de pessoas com esse perfil que foram imunizadas pelo menos com a primeira dose é de 27 milhões.

Ao ser questionado pela imprensa sobre as razões do adiamento, o ministro Marcelo Queiroga disse que o país não deve ficar “contando dose de vacina” e atribuiu a mudança à carência de insumos importados pelo Brasil e a atrasos nas entregas de lotes por parte de fornecedores como o consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O que é concreto é que o Brasil é o quinto país que mais vacina. É importante. E, em relação à população, é o nono. E o Brasil é um dos países que produzem vacina. Temos um contrato de transferência de tecnologia. Temos pontos muito positivos, e isso que é importante. Vamos deixar de ver só problema, porque a gente está aqui para dar solução à nossa população. Não fica com essa coisa de ficar contando dose de vacina”, disse o mandatário.

STF

O cronograma de entrega de vacinas está sem atualização desde 19 de março e o tema tem sido alvo de cobrança do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O magistrado determinou prazo de cinco dias para que o governo preste informações sobre a divulgação do calendário.

Lewandowski oficiou Queiroga e também o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que seja dado um retorno à Corte. A decisão do ministro veio em resposta a uma ação judicial protocolada pela Rede Sustentabilidade.

O partido pediu que a gestão fosse obrigada a atualizar a cada 15 dias o cronograma de distribuição dos lotes adquiridos pelo país. Assim como especialistas e outros atores, a legenda aponta que a defasagem do calendário atrapalha a ação de governos estaduais e municipais na campanha de imunização.

 

 

Edição: Leandro Melito