O Brasil registrou nesta quarta-feira (5), mais 2.811 mortes por covid em um período de 24 horas. Desde o início da pandemia, em março de 2020, são 414.399 vítimas.
Em relação ao número de infectados no período, foram notificados 73.295 novos casos, totalizando 14.930.183. O país está, portanto, a um dia dos 15 milhões de cidadãos infectados pelo novo coronavírus. Os números são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
O cenário da pandemia em território brasileiro segue caótico. Das 27 unidades da Federação, ao menos 12 seguem em colapso do sistema de Saúde, com mais de 90% dos leitos de UTI ocupados. Por outro lado, estados que conseguiram reduzir as infecções através de iniciativas de isolamento social, agora voltam a registrar altas.
O descontrole do surto tende a se intensificar com a liberação de atividades não essenciais pelo país. É o caso de São Paulo que, mesmo com indicadores apontando para o recrudescimento do surto, avança no afrouxamento de medidas protetivas aos cidadãos.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que o Brasil vive um momento de estabilidade da covid. Porém, alerta que isso se dá em patamares altos, considerando as quase 3 mil mortes diárias. Sem efetivamente combater o vírus, o país caminha para superar 600 mil vítimas até o meio do ano.
A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.
Descaso
Entre os maiores problemas do Brasil citados pela Fiocruz, está o descaso do governo do presidente Jair Bolsonaro com o vírus. Ele está sendo investigado em uma CPI que apura responsabilidades que tenha cometido contra a saúde pública.
Pesquisadores da fundação fazem paralelos entre o governo do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e Bolsonaro. Ambos politizaram a doença e apostaram no negacionismo, com resultados catastróficos para as respectivas populações.
“Assim como aconteceu no Brasil, a resposta dos EUA foi marcadamente politizada. A liderança de Trump acreditou, erroneamente, que o problema seria resolvido deixando o vírus se espalhar. Os EUA permanecem com muitas desigualdades entre os estados, uma sociedade profundamente dividida. E ainda existe uma polarização partidária, em que os democratas querem a vacina e os republicanos não. Esse é o cenário sobre o qual estamos parados”.
Entretanto, a derrota de Trump nas eleições presidenciais do ano passado foi um ponto de virada para os norte-americanos.
Em menos de 100 dias, Joe Biden apostou na vacinação em massa e já colhe resultados importantes na redução de casos e mortes. Quando assumiu, em 20 de janeiro, morriam mais de 3 mil pessoas por dia nos EUA. Hoje, essa média está abaixo de 600.
Ponto de virada
“Desde a chegada da administração Biden, mas principalmente com o aumento das taxas de vacinação, o cenário estadunidense tem melhorado rapidamente. Atualmente, cerca de 30% da população foi vacinada e claramente existe um ponto de inflexão da pandemia”, aponta a Fiocruz.
Os EUA vacinaram totalmente 31,55% de sua população; e 44,11% já tomaram pelo menos uma dose. Foram aplicadas mais de 246 milhões de doses. Enquanto isso, no Brasil, pouco mais de 43 milhões de doses foram aplicadas.
O governo Bolsonaro segue reduzindo a previsão de vacinas que o país deve receber nos próximos meses. Foram vacinados pouco menos de 7% da população, sendo que 14,05% tomaram ao menos uma dose.