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Desde anúncio da CPI da Covid, pelo menos 385 vídeos sumiram de canais bolsonaristas

Influenciadores defendiam o chamado "tratamento precoce" em publicações que vêm desaparecendo de seus canais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Canais apoiadores de Jair Bolsonaro fizeram "limpa" entre 14 de abril e 6 de maio - Anderson Riedel/Fotos Públicas

Um levantamento feito pela consultoria Novelo Data, a pedido do site Congresso em Foco, mostrou que 385 vídeos de 34 canais foram excluídos do YouTube desde que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid foi anunciada. De acordo com o levantamento, a "limpa" foi feita entre os dias 14 de abril e 6 de maio.

O comentarista Alexandre Garcia, por exemplo, ocultou 109 vídeos durante o período analisado pela pesquisa. Já a apresentadora Leda Nagle tirou 23 vídeos do ar durante o espaço de tempo.

Os canais apoiadores do bolsonarismo publicaram vídeos em que falavam sobre "tratamento precoce" contra a doença, tipo de ação que já foi contra indicada por médicos desde que a fake news começou a ser compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores.

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Os vídeos “Exija a HIDROXICLOROQUINA do seu médico" e "HIDROXICLOROQUINA está funcionando sim!" sumiram do canal de Alexandre Garcia em 18 de abril, por exemplo.

O levantamento mostrou também que o vídeo "Amanda Klein tenta deixar prefeitos em saia justa mas leva resposta à altura" foi deletado em 30 de abril pelo jornal Gazeta do Povo, do Paraná, e que a publicação "CPI já tem conclusões antes de começar", do canal Notícias Política BR também sumiu.

O canal do youtuber Gustavo Gayer desapareceu com o vídeo "Na Noruega, a vacina da Pfizer e mortes de idosos". Ele tem 353 mil inscritos e disse, no último sábado (8), que o canal será deletado. No entanto, ele acusou o YouTube de derrubar sua conta.

De acordo com o YouTube, a plataforma tem regras públicas sobre o tipo de conteúdo aceito e cabe aos criadores saberem a respeito delas e das consequências em não segui-las. 

O YouTube afirma que busca agir rápido, caso descubra algo fora dos padrões. No entanto, a plataforma tem revisores e inteligência artificial para rastrear o conteúdo publicado em seus servidores. Sendo assim, 98% dos criadores que recebem um alerta sobre o conteúdo não cometem novas violações.

De acordo com a Novelo Data, não é possível apontar se os vídeos foram apagados ou apenas ocultados da plataforma.

Nesta segunda-feira (10), o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) repercutiu a notícia em suas redes sociais. Veja abaixo:

 

Edição: Vinícius Segalla