Vítimas da crise

Movimento rebatiza ruas com nomes de trabalhadores e trabalhadoras vítimas da covid

Neste sábado, 22 de maio, o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) completa 21 anos de história

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Trabalhadores e trabalhadoras manifestam em frente ao Palácio do Planalto - Matheus Alves

Com mais de 446 mil mortos pela covid-19 e cerca de 14,4 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, de acordo com o IBGE, moradores de diversas periferias brasileiras realizarão ações de denúncia e memória pelos trabalhadores e trabalhadoras que não tiveram o direito ao isolamento social e acabaram se contagiando pelo coronavírus ao tentar manter sua renda. As intervenções realizadas pelo Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), acontecem neste dia 22 de maio e fazem parte da Jornada de Luta por Trabalho Digno, que ocorre durante todo o mês.

Durante a manhã, faixas denunciando a responsabilidade do governo Bolsonaro pela má gestão da pandemia e pelo alto nível de desemprego foram expostas em pontos turísticos e simbólicos em diversas capitais brasileiras, como Brasília, Recife e Belo Horizonte. Pablo Bandeira, da direção nacional do MTD, explica a importância deste ato para lembrar essas vidas que foram perdidas pela negligência do governo: “O Estado brasileiro é responsável por essas mortes, porque ele se omitiu quando deveria ter orientado as pessoas sobre os riscos da doença”, argumentou o dirigente.

As atividade seguem ao longo do dia, com o “batismo/rebatismo popular” de ruas e praças nas periferias das cidades, com o nome de trabalhadores e trabalhadoras que faleceram ao se exporem à pandemia, por falta de um suporte estatal que pudesse garantir o isolamento social, pela precarização do trabalho, desvalorização da vida e pelas atuais condições dos moradores das periferias brasileiras. 

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O MTD também lançará o Manifesto Nacional por Trabalho Digno, com o tema “Sem trabalho digno, não há país, não há esperança, não há futuro". O movimento reivindica do Estado a construção de um plano de criação de empregos, pontos populares de trabalho, o fim da retirada de direitos trabalhistas, e mecanismos de inclusão de homens e mulheres no mercado de trabalho.

"No dia-a-dia vemos números que nos assustam, precisamos lembrar o papel fundamental que essas trabalhadoras e trabalhadores tiveram e que infelizmente, perderam a vida para a covid-19", afirma Bandeira.

Assim como outros movimentos populares durante este período de pandemia, o MTD, através da Jornada de Luta por Trabalho Digno, realizou atividades de solidariedade e formação durante o mês de maio, como: entrega de alimentos para para famílias em situação de insegurança alimentar; formação de turmas de Ensino de Jovens e Adultos com trabalhadoras de serviço doméstico; formação sobre a precarização do trabalho e lançamento de cozinhas comunitárias geridas por mulheres das periferia.

Edição: Mauro Ramos