Campo brasileiro

Brasil tem maior número de conflitos agrários desde 1985, divulga Programa Bem Viver

Dados são do relatório “Conflitos no Campo no Brasil em 2020”, lançado ontem (31) pela Comissão Pastoral da Terra

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Desde 2019, primeiro ano de governo de Bolsonaro, conflitos no campo aumentaram de forma considerável
Desde 2019, primeiro ano de governo de Bolsonaro, conflitos no campo aumentaram de forma considerável - Arquivo/EBC
Discursos de Bolsonaro e afrouxamento do combate aos crimes socioambientais aumentaram conflitos

Em 2020, o Brasil registrou o maior número de conflitos no campo desde que os dados começaram a ser tabulados pela Comissão Pastoral da Terra, em 1985, segundo a última edição do relatório Conflitos no Campo no Brasil, lançado ontem (31) pela instituição. Entre os conflitos registrados estão, por exemplo, invasões de territórios, assassinatos, disputas por acesso à água e violências sofridas pelos trabalhadores e por populações tradiconais do campo.

“O discurso belicoso de [Jair] Bolsonaro [presidente da república] em relação às comunidades do campo, aliados às medidas de afrouxamento do combate aos crimes socioambientais, foi um fator decisivo para aumentar a conflituosidade fundiária”, diz o integrante do Centro de Comunicação Dom Tomás Balduíno, da Pastoral da Terra, Paulo César Moreira, em entrevista a edição de hoje (1) do Programa Bem Viver.

:: CPT estima quase 1 milhão de envolvidos em conflitos no campo, maior número desde 85 ::

O número de conflitos envolvendo povos indígenas aumentou consideravelmente, em especial na região da Amazônia Legal, inclusive em áreas já demarcadas. “A Amazônia Legal concentra 98% do desmatamento ilegal do país, mostrando o ciclo constante entre grilagem, desmatamento, fogo e expulsão de comunidades para abertura de pastos e plantações de soja”, diz Moreira. “Os dados mostram que a partir de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, a métrica dos conflitos experimentou uma aceleração grande, pois as condições em favor dos grupos agressores aumentaram muito.”

No Paraná comunidades indígenas que ocupam as áreas próximas ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu vêm sendo ameaçadas de despejo pela Justiça Federal do município de Foz do Iguaçu, desde outubro do ano passado. Ao todo, 15 famílias indígenas da etnia Avá-Guarani não teriam para onde ir se não fosse pela decisão do Supremo Tribunal Federal de suspender a expulsão.

Vacinação em Serrana

No município de Serrana, no interior de São Paulo, onde o Instituto Butantan iniciou há oito semanas um estudo para avaliar a efetividade da vacina Coronavac, 75% da população já foi vacinada com o imunizante e o número de óbitos por Covid-19 diminuiu em 95%.

Os dados mostram ainda que os casos sintomáticos do novo coronavírus reduziram em 80% e as internações em 85%. Em números absolutos, a quantidade de casos saiu de 699 em março para 251 em abril; e de óbitos, de 20 para 6, no mesmo período.

:: Bolsonaro poderia ter evitado 80 mil mortes apenas com CoronaVac ::

O controle da pandemia no município foi possível quando 75% da população recebeu as duas doses da vacina, indicando que este é o mesmo percentual que o país precisa vacinar para conter o avanço do novo coronavírus. Atualmente, pouco mais de 10% de toda a população recebeu as duas doses de vacina.

Comida de verdade

A cozinheira profissional Sayonara Salum, convidada do Programa Bem Viver, ensina os ouvintes a preparar uma prática e deliciosa receita de pudim de carne com couve mineira. O prato leva pouco tempo de preparo e requer ingredientes comuns na geladeira.

Para preparar essa iguara são necessários 500 gramas de caene moída, dois molhos de couve, um ovo, uma cebola média, dois dentes de alho, um punhado de cebolinha verde, meio limão, sal e pimenta a gosto e uma forma de pudim.

A receita é ideal para ser acompanhada por arroz branco, batata, legumes e molho de queijo. Confira a receita completa no Programa Bem Viver.

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Edição: Sarah Fernandes