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Covid: Brasil passa 465 mil mortos; surto no continente vai em direção ruim, diz OMS

Na média diária de mortes, calculada em sete dias, apenas a Índia supera o Brasil; situação no Peru também preocupa

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Manifestação em Brasília: enfermeiras e enfermeiros protestam contra a gestão do governo na pandemia - Sergio Lima/ AFP

As mortes diárias por covid-19 no Brasil seguem em nível alarmante. Segundo boletim desta terça-feira (1º) do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), foram registrados mais 2.408 mortos pela infecção em um período de 24 horas. Com o acréscimo, o país chega a 465.199 vítimas desde o início da pandemia, em março do ano passado. Também foram notificados 78.926 novos infectados no período, totalizando 16.624.480 em cerca de 14 meses de surto.

O Brasil segue como a segunda nação com mais mortes por covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Isso, sem contabilizar ampla subnotificação, já que o país segue sem estratégias de combate ao vírus, que envolve uma política pública eficiente de testagem. Na média diária de mortes, calculada em sete dias, apenas a Índia supera o Brasil. No país asiático, que atualmente sofre um surto violento da infecção, o indicador está em 3.645 vítimas diárias. No Brasil 1.881. Entretanto, a Índia possui população mais de seis vezes maior.


Dados da pandemia no dia 1º de junho de 2021 / Conass

Grande preocupação

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para situações de emergência, Michael Ryan, lamentou a condução da pandemia no continente sul-americano. Em coletiva hoje, ele lembrou a situação desastrosa no Brasil, especialmente até o mês de abril. O cientista também apontou que as tendências apontam para um cenário de piora. “A América do Sul estava em uma situação realmente difícil há apenas alguns meses e, novamente, a situação está começando a ir na direção errada”, disse.

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Ryan reafirmou que “a situação na América do Sul agora continua sendo uma grande preocupação”. Isso fica evidente pela alta taxa de letalidade registrada no continente. “A transmissão da doença é intensa, a transmissão na comunidade é generalizada e os sistemas de saúde continuam sob pressão, refletindo nas taxas de mortalidade”, disse o dirigente.

Além do Brasil, o alerta no continente também tem relação com o Peru onde, assim como no Brasil, a subnotificação é generalizada. Porém, diferente do governo do presidente Jair Bolsonaro, os peruanos reajustaram recentemente os números da pandemia em seu território, de modo a refletir a realidade com mais precisão.

De cerca de 70 mil mortes pela covid-19, o país vizinho passou a considerar um número de vítimas perto de 181 mil, baseado em estimativas das autoridades sanitárias locais. Pelas mesmas razões e com os mesmos critérios, o México adotou o mesmo procedimento, no fim do ano passado.

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