Neste dia 9 de junho, os profissionais de imprensa do Recife se mobilizam pela vacinação da categoria no estado. Com a coordenação do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), jornalistas e radialistas estiveram em frente ao monumento Tortura Nunca Mais, na praça Padre Henrique, para exigir a inclusão no grupo prioritário da vacina contra covid-19.
Essa não é a primeira vez que a categoria se articula para reivindicar a imunização. Meses atrás, o Sindicato Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (SINJOPE) solicitou oficialmente à Secretaria Estadual de Saúde (SES) a inclusão dos jornalistas entre os prioritários.
Além disso, se reuniu com o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e recebeu apoio público de parlamentares da Câmara do Recife e da Assembleia Legislativa do Estado.
Para Júnior Dionísio, presidente da entidade sindical, o exercício do jornalista tem sido essencial para informar a população a se prevenir contra o coronavírus.
"Há mais de um ano homens e mulheres se arriscam em busca de informação, e muitos desses foram infectados e até mortos", afirma.
Apesar de tentativas do Sindicato, o presidente relata que tem sido difícil contabilizar o número de jornalistas infectados e mortos em Pernambuco; os casos são registrados na Fenaj, mas o presidente afirma ter ciência de que é um registro falho, o que indica uma subnotificação.
Ainda assim, com os números disponíveis, a Fenaj divulgou em abril dados do dossiê "Jornalistas vitimados por covid-19", com números referentes ao primeiro trimestre de 2021.
O levantamento foi elaborado pelo Departamento de Saúde da Fenaj, através de consulta aos Sindicatos e a partir de notícias. A média é de 28,6 mortes de jornalistas por mês no país. Foram contabilizadas, ainda, 169 mortes de jornalistas entre abril de 2020 e março de 2021.
Ato foi organizado pelo Sinjope e Fenaj e segue programação do Dia Nacional de Luta / Foto: AgênciaJCMazella
"Em nenhum dia, em nenhum momento, esses homens e mulheres pararam. Nenhum desses mais de 400 dias de pandemia passou sem que jornalistas arriscassem suas vidas para registrar, de perto, os perigos da doença", afirma Júnior. Jornalistas de todo o país pedem a inclusão no grupo prioritário, e em alguns locais a demanda foi atendida.
É o caso de Cuiabá, no Mato Grosso, onde o Sindicato (Sindjor/MT) começou a lutar pela inclusão desde janeiro. Em maio, os profissionais começaram a ser vacinados. A vitória também aconteceu no Maranhão e na Bahia, por exemplo.
Em Pernambuco, o sindicato organizou uma programação para todo o dia 9, Dia Nacional de Luta. Às 10h, uma caminhada até o Palácio do Campo das Princesas; às 12h, um "twittaço/instagramaço"; às 15h, pressão nas redes sociais do Ministério da Saúde.
Os profissionais estão sendo convocados a vestir azul e ocupar as redes sociais com a hastag #VacinaAImprensa para pressionar as autoridades públicas. À noite, às 19h, acontece uma live da Fenaj sobre o assunto.
Para mais informações, acompanhe as redes sociais do Sinjope e da Fenaj.
