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No Rio, Lula articula aliança com lideranças do PSOL para derrotar bolsonarismo

Nos últimos dias, ex-presidente manteve intensa agenda com lideranças políticas, comunitárias e culturais do RJ

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Em reunião com o ex-presidente, psolistas defenderam a criação de uma "mesa de unidade" reunindo os partidos de esquerda para discutir saídas para o RJ e para Brasil - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou no domingo (13) com lideranças do PSOL no RJ. Estiveram no encontro a deputada federal Talíria Petrone, a deputada estadual Renata Souza e o vereador Tarcísio Motta, o mais votado nas últimas eleições na capital fluminense, além da presidenta estadual do PSOL, Isabel Lessa.

Do lado petista, Lula contou com a presença da deputada federal Gleisi Hoffman, presidenta nacional da legenda, e do vice, Washington Quaquá, o presidente do PT do RJ, João Maurício de Freitas, e o vereador Lindberg Farias.

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Na agenda, os desafios do campo progressista para derrotar o bolsonarismo. Além disso, trataram também do difícil momento que passa a população em todo o estado, com desemprego nas alturas, violência urbana e a precarização dos direitos trabalhistas.

Tarcísio destacou a necessidade de uma “mesa de unidade das esquerdas” para derrotar Bolsonaro. “Para discutir tanto o Rio de Janeiro quanto o Brasil, os seus problemas reais, para a gente poder estar juntos na unidade, para derrotar Bolsonaro e a sua política de morte”, disse o vereador.

“É nessa mesa que a gente pode construir um programa para reconstruir o Brasil e o Rio de Janeiro. Sabemos das nossas diferenças partidárias. Mas temos uma tarefa prioritária, que é derrotar Bolsonaro e devolver o poder para as maiorias, para o povo brasileiro”, disse Talíria, na saída do encontro.

Lula com líderes

Por enquanto, “é o povo nas ruas”, disse Renata, reforçando a convocação para os protestos do próximo sábado (19). No Rio, os manifestantes se reúnem a partir das 10h da manhã no Monumento Zumbi dos Palmares, no centro. “É o povo na rua que vai ditar as prioridades da política nesse momento. Com máscara e álcool gel, vamos juntos”.

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No sábado, foi a vez de Lula se encontrar com lideranças comunitárias, movimentos sociais, comunicadores e ativistas do Rio. “Enquanto o governo Bolsonaro corta o auxílio emergencial, defende o vírus e trabalha a favor da política da morte, essa turma aqui arrecada comida, água, máscara, e organiza as comunidades do Rio contra a fome, a pandemia e o genocídio”, disse o ex-presidente.

Além disso, Lula destacou a disposição em aprender com as jovens lideranças. “Se for pra ser candidato, eu preciso que seja pra fazer mais do que eu já fiz. E pra isso preciso da ajuda de vocês”. No mesmo dia, Lula também se reuniu com representantes da classe artística fluminense.

Fator Freixo

Até então tido como o principal nome do PSOL fluminense, o deputado federal Marcelo Freixo está de malas prontas rumo ao PSB. No novo partido, sua intenção é ampliar o leque de alianças em torno da sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro. Junto com o deputado Alessandro Molon (PSB), devem percorrer o estado nos próximos meses para ouvir lideranças políticas e da sociedade civil.

Sua candidatura também deve garantir palanque a Lula no RJ. O anúncio da sua ida ao PSB ocorreu na última sexta (11), um dia após ter participado de encontro com o ex-presidente, que reuniu as principais lideranças progressistas da cena política do Rio.

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Também no sentido de ampliar as alianças para derrotar o bolsonarismo, Lula manteve conversas com o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, e com o deputado Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara. Ambos abandonaram o DEM rumo ao PSD. Com a saída da legenda que está na base de apoio ao governo Bolsonaro, eles querem ampliar as alianças políticas, dessa vez em direção ao centro e aos partidos de esquerda.

Esse grupo tem defendido o nome do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, para o governo do estado. Seu nome também conta com a simpatia de Lula, que poderia contar com dois palanques fortes no Rio. Ou, ainda, buscar um entendimento entre os que defendem Freixo e aqueles que apostam em Santa Cruz.