Após o anúncio realizado em 2020 pelo governo do Paraná sobre convênio com a Rússia para fabricação da vacina Sputnik V pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), causou surpresa, no início de 2021, quando o estado deu um passo atrás nas pesquisas e abriu mão de sua conclusão, inesperadamente. Em fevereiro, o deputado Requião Filho (MDB) questionou o governo sobre a desistência, mas não obteve resposta satisfatória.
Posteriormente, houve notícia de que o imunizante seria produzido pelo Laboratório União Química, que tem como sócio Fernando de Castro Marques. “Chama atenção porque o protocolo da fase 3 de estudos pelo Tecpar já estava sendo finalizada para a validação da Anvisa, quando o governo anunciou que desistiria das pesquisas para que um grande laboratório particular pudesse produzir. Algo que poderia sair a preço de custo e servir de exemplo para o Brasil, possivelmente rendeu altos lucros para um grupo ligado a interesses financeiros e não o de salvar a população”, alertou Requião Filho, que elaborou um novo pedido de informações protocolado nesta terça-feira (29).
O novo envio de expediente foi direcionado ao governador, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), ao chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva, ao secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, e ao diretor-presidente do Tecpar, Jorge Augusto Callado Afonso.
Requião Filho afirma que o caso envolvendo a indiana Covaxin trouxe novos questionamentos sobre desvios de verbas públicas para a área da saúde no país. “Quem procurou o Governo do estado para quebrar a parceria com a Rússia de produção da vacina pelo Tecpar?”, questionou o deputado, em plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).