DELITOS

Gestão opositora da Assembleia Nacional teria gerado US$ 90 bilhões em prejuizo à Venezuela

Comissão de Investigação de Delitos aponta que período legislativo anterior, entre 2015 e 2021, gerou danos bilionários

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
O presidente da Comissão de Investigação de Delitos, deputado José Brito, afirma que danos da gestão anterior são econômicos, políticos e sociais - Divulgação

A Comissão de Investigação de Delitos da Assembleia Nacional da Venezuela divulgou que as ações da gestão anterior do parlamento, que esteve no poder entre 2015 e 2021, geraram um prejuízo de US$ 90 bilhões ao país. 

"Aqui contabilizamos não só o que foi confiscado, também o que o Estado deixou de receber todo esse tempo, gerando danos nos aspectos político, social, econômico e humano", afirmou o presidente da comissão, o deputado José Brito (Aliança Democrática).

Além disso, segundo o parlamentar, 45 pessoas que seriam investigadas emigraram do país antes de comparecer às sessões da comissão. 

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Na última quarta-feira (7), a Assembleia Nacional aprovou por unanimidade a invalidez de todos os acordos e decisões realizados pelo período legislativo anterior, que atuava em desacato com a justiça venezuelana. 

Em 2015, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela declarou a nulidade dos atos da Assembleia Nacional, de maioria opositora, por ter empossado seis deputados que tiveram suas candidaturas impugnadas pelo poder eleitoral.

"Trata-se de uma retificação do Poder Legislativo ante os atos do período anterior que violaram a constituição", declarou o deputado do bloco governista, Hernan Escarrá (Psuv).

O ex-presidentes do Legislativo, Júlio Borges e Juan Guaidó utilizaram o cargo para promover sanções econômicas internacionais contra o país. Em mais de uma ocasião, os dois opositores defenderam que as medidas iriam fragilizar o "regime de Maduro".

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Desde 2015, a Venezuela sofreu a aplicação de 150 medidas coercitivas unilaterais, que provocaram um prejuízo estimado em US$ 130 bilhões, segundo a ONG Sures.

Em abril, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, já havia denunciado que o ex-deputado Juan Guaidó solicitou ao Departamento de Tesouro dos EUA desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$ 265 milhões) para manter a estrutura do seu governo paralelo.

O parlamento venezuelano declarou que, em breve, irá disponibilizar os resultados das investigações sobre o período legislativo anterior. 

Edição: Rebeca Cavalcante