DEBATE ONLINE

Ciclo de diálogos debaterá os impactos da mineração no Rio Grande do Sul

Debates ocorrem às 19h dos dias 20, 21 e 22 pelo canal do Movimento pela Soberania Popular na Mineração no Youtube

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
brumadinho
RS é alvo de pedidos de mais de 160 novas plantas de mineração, e a extração de carvão mineral protagoniza parte desses pedidos - Créditos da foto: Midia NINJA

O Movimento pela Soberania Popular na Mineração e a Fundação Oswaldo Cruz, junto a diversos parceiros institucionais e movimentos, promove a série 'Diálogos da Mineração no Rio Grande do Sul' entre os dias 20 e 22 de julho. Os três debates ocorrem às 19h, pelo canal do MAM no Youtube, colocando em debate o tema mineral e suas contradições, avaliando os impactos do avanço da mineração no território gaúcho.

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As entidades promotoras destacam que o Rio Grande do Sul é, historicamente, um estado que tem a mineração presente na vida de algumas regiões, como é o caso do polo carbonífero de Candiota, há mais de 30 anos. Porém, a contínua extração de carvão, aliado à tentativa da implantação de novos projetos de fosfato, chumbo, zinco, cobre, titânio entre outros, carrega processos bastante contraditórios em sua própria natureza.

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Atualmente, o RS é alvo de pedidos de mais de 160 novas plantas de mineração, e a extração de carvão mineral protagoniza parte desses pedidos.

"Entendo a importância da abertura deste 'Diálogos' como uma forma de aprofundar e compreender o avanço da mineração e seus processos já consolidados no território gaúcho, como em Candiota e municípios vizinhos. É de suma importância essa articulação com os demais movimentos que fazem esse debate para que a gente fortaleça alianças tanto no combate quanto na compreensão desse processo. O objetivo é fazer não só um diálogo entre os vários movimentos envolvidos mas, sobretudo, levar essa temática para a sociedade como um todo", destaca Iara Reis, pesquisadora bolsista do projeto Mineração e Impactos Socioambientais, iniciativa do MAM junto à Fiocruz.

A organização destaca os graves problemas da mineração tanto do ponto de vista ambiental quanto da propagação de doenças, da desigualdade nas condições trabalhistas e da falta de diversificação das atividades econômicas. O alerta é que isso pode desencadear em diversos municípios uma situação de "minerodependência", quando a atividade se torna a única alternativa viável de desenvolvimento para a região.


Evento será transmitido ao vivo entre terça (20) e quinta-feira (22) da próxima semana / Reprodução

No primeiro dia do evento, a mesa "Economia e território: a geopolítica da mineração e da questão ambiental" contará com as contribuições de Charles Trocate, da direção nacional do MAM, e da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS). Neste dia haverá ainda um relato do vereador Luiz Gautério (PT/RS) sobre a região de São José do Norte, e os conflitos socioambientais que podem ocorrer com a implantação do projeto Retiro, para a exploração de Titânio. Gautério é militante do Movimento Não Queremos Mineração em São José do Norte e a coordenação do dia é de Iara Reis.

No segundo dia de 'Diálogos', serão abordados aspectos sobre o atual papel da mineração no Rio Grande do Sul, com uma mesa que recebe Eduardo Raguse, representante do Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul. A mesa abordará aspectos sobre a tentativa de implantação de diversos projetos de mineração existentes no subsolo gaúcho, que poderiam elevar o Rio Grande do Sul ao patamar de terceiro estado minerador do país, tornando-se uma nova fronteira mineral.

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Uma segunda mesa, nesse mesmo dia, abordará as novas legislações e o avanço sobre o meio ambiente no Rio Grande do Sul, com a presença de Emiliano Maldonado, da Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP) e do Instituto Preserve. Luis Ramos, militante do MAM, coordena o dia.

Já no terceiro e último dia da série, desdobramentos acerca da saúde do trabalhador na mineração, incluindo a situação da pandemia da covid-19, serão abordados na mesa "Saúde do trabalho no Rio Grande do Sul: o contexto da Covid-19", com Marta Freitas, da Coordenação Nacional do MAM.

Para fechar o evento, um relato sobre as economias possíveis para a região do Pampa e o papel da pecuária familiar enquanto identidade sociocultural, tanto na conservação da biodiversidade local, quanto na resistência contra a mineração de Fosfato em Lavras do Sul. Quem traz este panorama é Fernando Aristimunho, que é pecuarista familiar e da Coordenação do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa. Iara Reis conduz, também, o último dia.

O evento é uma realização conjunta entre o MAM, a Fiocruz, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), o Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul, o Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, o movimento Não Queremos. Mineração em São José do Norte, a Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP) e do Instituto Preserve e o mandato da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS).

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira