Pandemia

Brasil registra 975 mortes por covid em 24h e tem menor média diária de mortes desde janeiro

Fiocruz aponta que o país apresenta a menor taxa de ocupação de leitos hospitalares desde o início do ano

|
Diante dos riscos da variante delta, a Fiocruz reforça a necessidade da imunização completa, com duas doses
Diante dos riscos da variante delta, a Fiocruz reforça a necessidade da imunização completa, com duas doses - Orlando Sierra / AFP

O Brasil registrou mais 975 mortes por covid-19 em um período de 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com a soma, o total de vítimas chegou a 565.748. No período também foram notificados mais 32.443 novos casos, totalizando 20.245.085 desde o início do surto, em março de 2020. Os números não incluem registros de Goiás e Rondônia, que atrasaram no fechamento do balanço diário.

Ainda segundo o Conass, a média diária de mortes é de 877 a cada um dos últimos sete dias, a menor desde o dia 8 de janeiro. Entretanto, o índice entrou em estabilidade nos últimos seis dias, ou seja, parou de cair.

O mesmo panorama é observado na média de casos diários, que está em 31.222. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identifica um freio no cenário positivo no Rio de Janeiro, estado com maior número de casos confirmados de contágio pela variante delta, com cerca de 50% de todos os identificados no país.

Menor taxa de ocupação de leitos

Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado nesta quarta-feira (11), aponta tendência positiva para o cenário geral da pandemia de covid-19 no Brasil. Em razão do avanço da vacinação, o país apresenta a menor taxa de ocupação de leitos hospitalares desde o início do ano.

Entretanto, a instituição alerta que a transmissão segue extremamente elevada na maior parte do país. Também chama atenção para uma possível reversão do quadro, diante do avanço da variante delta do novo coronavírus.

“Embora as vacinas venham claramente contribuindo para a redução de casos graves, internações e óbitos, o surgimento e crescimento da presença de novas variantes, como a Delta, deve manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena”, recomenda o estudo.

Como a Fiocruz afirma, as vacinas seguem apresentando bons resultados, apesar de ter sido tardiamente iniciada no país. No ano passado, o governo do presidente Jair Bolsonaro rejeitou propostas para adquirir imunizantes, o que colaborou para os mais de meio milhão de mortos pela pandemia Além da prevaricação, a compra de vacinas pelo governo federal é envolta em escândalos de corrupção e favorecimento ilícito, em investigação na CPI da Covid.

Segunda dose

Diante dos riscos da variante delta, a Fiocruz reforça a necessidade da imunização completa, com duas doses. A cepa viral, identificada pela primeira vez na Índia, é até 70% mais contagiosa e derruba a proteção proporcionada por apenas a primeira dose das vacinas.

Entretanto, com esquema vacinal completo, os imunizantes seguem apresentando alta eficácia na prevenção de sintomas graves e mortes. “A circulação de novas variantes do vírus tem aumentado as infecções, mas não necessariamente o número de casos graves. Isso acontece devido à proteção já adquirida por grupos populacionais mais vulneráveis vacinados, como os idosos e portadores de doenças crônicas”, informa.

A recomendação da entidade é para acelerar ao máximo a vacinação com atenção para as doses de reforço. Mais de 7 milhões de brasileiros não voltaram para a segunda dose. “Ampliar a vacinação completa para todos os elegíveis torna-se fundamental neste momento, incluindo campanhas e busca ativa para os que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas que envolvem duas doses, como a Coronavac, a  AstraZeneca e a Pfizer”, afirma.

Ocupação dos leitos

Os dados de ocupação de leitos de UTI apontam para uma melhora, mas o cenário segue sensível. “Cinco estados permanecem na zona de alerta intermediário (entre 60% e 80%) e apresentam taxas entre 64% e 79%: Rondônia (64%), Roraima (70%), Rio de Janeiro (67%), Mato Grosso (79%) e Goiás (78%)”. No Rio de Janeiro, destaque para a piora na média; de 61% de ocupação para 67% em uma semana".

“Outros 21 estados e o Distrito Federal estão fora da zona de alerta, com taxas inferiores a 60%. São eles Acre (13%), Amazonas (54%), Pará (48%), Amapá (26%), Tocantins (58%), Maranhão (52%), Piauí (48%), Ceará (47%), Rio Grande do Norte (34%), Paraíba (22%), Pernambuco (41%), Alagoas (26%), Sergipe (35%), Bahia (43%), Minas Gerais (47%), Espírito Santo (42%), São Paulo (46%), Paraná (59%), Santa Catarina (56%), Rio Grande do Sul (57%), Mato Grosso do Sul (56%) e Distrito Federal (59%)”.