Paraná

Volta às aulas

Após retorno presencial, mais de 50 casos de COVID foram registrados nas escolas de Curitiba

Sindicato denuncia falta de estrutura nas escolas para cumprir protocolos sanitários e reivindica diálogo com a gestão

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Mais de 50 casos de COVId19 registrados nasescolas municipais de Curitiba após o retorno presencial - Foto: Giorgia Prates

O Sindicato dos Servidores Municipais do Magistério de Curitiba - SISMMAC recebeu denúncias de pelo menos 41 unidades de ensino com casos confirmados de Covid-19 desde o retorno das aulas presenciais, no dia 09 de agosto. Já são 55 servidores e estudantes contaminados e uma escola teve que suspender as aulas da turma em que aluna e professora testaram positivo pra Covid-19. 

O número já é maior do que o registrado quando as aulas presenciais tiveram que ser suspensas às pressas em fevereiro. Diante do cenário preocupante, o  SISMMAC cobrou via ofício uma reunião com as secretarias de Educação e de Saúde para tratar do aumento de casos nas unidades escolares. “Em duas semanas e meia do retorno presencial das aulas no município de Curitiba, através do levantamento que fizemos tanto em visitas nas escolas como das informações enviadas pelos professores , já temos mais de 50 casos de COVID19 distribuídos em 41 unidades escolares. Pelo menos em três destas escolas, já se caracteriza como surto,” diz Gabriel Conte, presidente do SISMMAC.  

Descaso

Em nota o sindicato, denuncia o descaso da gestão Greca: “Apesar de todo tempo que teve para se preparar, a gestão Greca segue repetindo os mesmos erros enfrentados em fevereiro: deixa faltar água nas unidades, distribui equipamentos de proteção de baixa qualidade e falha na orientação sobre como notificar e isolar casos suspeitos de Covid-19 em escolas e CMEIs. A taxa de transmissão do Coronavírus voltou a crescer em Curitiba e no Paraná no final de julho, com a propagação da variante Delta no estado. Esse aumento é um sinal de alerta que precisa ser encarado com preocupação pelos governos para que medidas de controle sejam adotadas antes que o sistema público de saúde fique sobrecarregado.”  

Gabriel disse que a falta de dialogo da gestão com a comunidade escolar só dificulta o trablaho para garantir a proteção contra o coronavírus. “Temos tentado reunião com a Secretaria de Educação e da Saúde. Hoje, inclusive, tivemos presencialmente na Educação, mas não fomos atendidos.”   

Escolas não estão preparadas 

Logo no reinício das aulas das escolas municipais de Curitiba, o Brasil de Fato Paraná conversou com diretores e professores sobre o retorno presencial. As falas foram todas expressando insegurança e afirmando que as escolas não tem estrutura adequada para a prevenção do coronavírus: Epis de má qualidade, falta de ventilação nas salas de aula, dificuldades para o distanciamento entre os alunos, falta de água nas escolas foram algumas das reclamações, além do sentimento de medo de serem contagiados.  

A justificativa da Prefeitura quando autorizou o retorno presencial dos alunos foi a taxa baixa de transmissibilidade do vírus. No entanto, não foi considerada a transmissão comunitária da variante Delta, confirmada uma semana antes do reinício das aulas. Nesta semana, Curitiba voltou a registrar alto de casos e aumento na ocupação das UTIS para COVID19:  

Em nota ao Brasil de Fato Paraná, a Secretaria Municipal de Educação disse que “Nenhuma das 415 unidades da rede municipal teve que ser fechada desde o retorno do ensino híbrido, em 19 de julho. Todas as escolas e CMEIs seguem o Protocolo de Retorno das Atividades Presenciais:  Os profissionais da educação já receberam a primeira dose da vacina.” 

Edição: Frédi Vasconcelos