ALERTA

Cidades de RJ, MG e SP registram queda de energia; ONS nega relação com a crise hídrica

Desligamento de subestação no interior do RJ deixou cidades do sudeste sem acesso à energia eletrica

Brasil de Fato | Belém (Pará) |
No país, último grave apagão foi registrado em novembro de 2020 no estado do Amapá - Maksuel Martins

O medo de um blecaute, também conhecido como “apagão” assusta todos os brasileiros. No último (18), um "desligamento total da Subestação de Rocha Leão”, no Rio de Janeiro, deixou ao menos oito cidades do Estado, além de localidades em Minas Gerais e São Paulo, sem luz.

A unidade fica em Rio das Ostras, na Região dos Lagos fluminense e pertence à Furnas, que admitiu a falha em nota publicada neste domingo (19).

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) explicou que avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos. "Vale ressaltar que o episódio não tem relação com a crise hídrica do país. Reiteramos que, assim que identificado o problema, atuamos prontamente para iniciar a recomposição do sistema e para que o completo fornecimento de energia fosse restabelecido o mais rápido possível", diz um trecho da nota.

Comparativamente, a "proteção diferencial de barras" funciona para uma subestações de energia da mesma forma que um disjuntor funciona para uma casa. Ou seja, ela entra em ação para proteger a subestação e os equipamentos de curtos-circuitos ou danos afins quando há uma queda repentina de energia nesse distribuidor. Às 22h32, o abastecimento foi normalizado.

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Os “apagões” causam diversos transtornos à população, sobretudo, os mais vulneráveis. Em 2012 e 2013, algumas regiões do País sofreram diversos blecautes de grandes proporções, acendendo o alerta acerca de problemas no sistema elétrico brasileiro.

Em novembro de 2020, o estado do Amapá foi afetado e mais de 778 mil pessoas, de 13 dos 16 município do estado ficaram completamente sem água e sem luz. 

Alerta do TCU

No sábado (18), a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgou um relatório que aponta o risco de apagões para os próximos meses. 

“A despeito das ações adotadas, houve piora acima do esperado do nível dos reservatórios [das hidrelétricas]. Em que pese algumas dessas medidas somente terem começado a vigorar a partir de 1º/9/2021, há indicativo de que as providências não se mostram suficientes para eliminar o risco de racionamento do consumo, tampouco o risco de blecaute”, afirma um trecho do relatório.

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Responsáveis por 70% da água utilizada para gerar energia, os reservatórios de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste estão se aproximando do limite mínimo de operação.

A maior represa do sistema, Furnas, a mesma que falhou neste sábado (18), está com 16% da capacidade. Outras cinco estão ainda mais baixas. 

Edição: Vivian Virissimo