A crise hídrica e o risco de apagão não parecem ser motivos suficientes para que a Copel mude sua política de negócios. A empresa pretende distribuir antecipadamente R$ 1,43 bilhão aos acionistas privados. Nada menos que R$ 600 milhões são referentes a parte da privatização da Copel Telecom.
Contrariando o discurso oficial, o Conselho de Administração aprovou o pagamento de proventos regulares referentes ao exercício de 2021 em novembro utilizando “R$ 600 milhões como antecipação de parcela dos dividendos regulares em função do excesso atual de liquidez, principalmente pelo advindo dos recursos extraordinários recentes da alienação da Copel Telecom e do recebimento integral da CRC – Conta de Resultados a Compensar.
Para especialistas, o ágio na venda da Telecom está sendo distribuído num momento em que os investimentos são vitais para o enfrentamento da crise energética. “O passado nos mostra que a prioridade são lucros elevados e remuneração de acionistas. Preocupa-nos a possibilidade de dissolver os recursos da Telecom para a mesma finalidade e não investir na Copel em geração, transmissão e distribuição, como havia sido prometido pelo governador e pelo presidente da Copel”, comparou Leandro Grasmann, presidente do Senge.