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Esperança: substantivo feminino

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Em 2022, vamos reerguer esse país e reconstruir as esperanças que nos foram retiradas - Flickr Elas por Elas
O que esperar da luta das mulheres em 2022 e a campanha por Lula presidente

Se tem alguém que sofreu as agruras políticas, sanitárias e econômicas da pandemia e do desgoverno foram as mulheres. Se tem um grupo que vive sob constante tensão em relação ao futuro são elas: as trabalhadoras.

Cada aumento de preço do alimento no supermercado, cada minuto sem vacina e sem poder deixar as crianças na escola, cada porta fechada no mercado de trabalho, cada ente perdido, cada benefício negado pesou brutalmente sobre os ombros das mulheres de família.

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Mas, como dizem, brasileiras não desistem nunca. Não por se tratar de uma paráfrase marqueteira, e sim porque desistir, no caso das mulheres, significa perder a voz, a autonomia e a vida. Resistimos há séculos contra um sistema patriarcal que nos quer silenciadas, oprimidas e mortas. E ao longo dos últimos dois anos, fomos às redes e às ruas enfrentar o governo autoritário, fascista e genocida.

Em 2022, vamos reerguer esse país e reconstruir as esperanças que nos foram retiradas. Não vamos abrir mão de eleger um governo que defenda os interesses da classe trabalhadora, combata o racismo e promova a igualdade de gênero.  Daremos cada passo dentro e fora de nossas organizações para reforçar a agenda feminista e resistir de todas as formas possíveis aos retrocessos impostos às mulheres, aos povos indígenas, ao povo negro, ao povo da periferia, à população LGBT, à classe trabalhadora, às crianças e adolescentes, à natureza.

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Com a campanha por Lula Presidente, vamos adiante na eleição e reeleição de mulheres progressistas e feministas no senado, no parlamento e nas assembleias em todo país. Vamos denunciar e enfrentar a violência política de gênero e impedir que se levantem contra nosso direito de falar, disputar e ocupar espaços políticos.

Atuaremos para que as mulheres sejam protagonistas no Plano de Reconstrução do Brasil, um projeto feminista e antirracista. Vamos garantir a centralidade das mulheres na elaboração das políticas públicas e que a intersetorialidade não seja apenas uma formalidade, mas a prática cotidiana das decisões do governo – avançar no combate à violência doméstica, ao feminicídio, com investimento público e direcionamento de recursos em áreas fundamentais como saúde, educação, segurança alimentar, acesso à água e segurança pública.

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Porque o Brasil é maior, muito maior que Bolsonaro. E a esperança é dona, é plena, é feminina. Somos Mulheres com Lula 2022.

 

*Anne Moura é feminista, indígena, manauara e petista. Secretária Nacional de Mulheres do PT.  Criadora do Projeto Elas Por Elas. Participa do grupo de mulheres do Foro de São Paulo e da Copppal (Conferência Permanente dos Partidos Políticos da América Latina). Leia outros textos.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo