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OPINIÃO

Artigo | O cenário de fome persistirá em 2022

De olho nas eleições, Bolsonaro enterra programas sociais que atendiam população em vulnerabilidade social

05.jan.2022 às 12h09
Carta Capital
Silvio Porto

Insegurança alimentar grave (fome) atingiu 9% da população brasileira em 2020 - Miguel Schincariol/AFP

O governo federal conquistou o apoio do Congresso Nacional para aprovação da Medida Provisória 1.061/21, que institui o Auxílio Brasil e o Alimenta Brasil, programas que substituem o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), respectivamente.

Além disso, mesmo com ajustes, o governo conseguiu aprovar a PEC dos Precatórios, abrindo espaço fiscal que garante a transferência do benefício mensal de 400 reais do Auxílio Brasil. Até mesmo a oposição votou a favor dessa medida, já que, do contrário, corria o risco de ser responsabilizada politicamente pelo governo pelo não pagamento desse benefício.

O único fator relevante anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro em relação aos novos programas foi o aumento do benefício mensal para 400 reais, o que pode acabar por escamotear o fato de que o novo desenho institucional representa um retrocesso.

Ao contrário do Bolsa Família, o Auxílio Brasil pulveriza a transferência de renda às famílias, tornando a gestão mais complexa e o controle mais frágil, ampliando os riscos de desvios. Além disso, um dos principais problemas causados pelo governo ao Bolsa Família e ao PAA foi a redução de recursos e, por consequência, do número de famílias atendidas, situação agravada nos novos programas que os substituem.

Em 2019, o governo estabeleceu sucessivos cortes de beneficiários do Bolsa Família, além de suspender novos ingressos, deixando cerca de 1 milhão de famílias em situação de vulnerabilidade social. Essa transição do Bolsa Família para o Auxílio Brasil restringirá ainda mais o número de famílias atendidas. O valor de 400 do Auxílio Brasil, embora seja superior ao benefício do Bolsa Família, é 20% menor que o valor médio do auxílio emergencial pago em 2020  (500 reais) e, segundo o Dieese, representa cerca de 60% do valor da cesta básica na cidade de São Paulo.

Por sua vez, o Alimenta Brasil ainda é uma incógnita, pois depende de regulamentação. A única certeza é a falta de prioridade do governo de Jair Bolsonaro para com a agricultura familiar camponesa e o atendimento da população em vulnerabilidade social.

Em que pese o País ter mais de 19 milhões de pessoas passando fome e o agravamento da insegurança alimentar e nutricional, em decorrência da pandemia, o governo previu no orçamento da União – para 2021 e 2022 – apenas 100 milhões de reais para a aquisição de alimentos. Comparando ao histórico do PAA, desde a sua criação, em 2003, os orçamentos de 2021 e 2022 representam o menor volume ao longo desses últimos 18 anos, equivalendo a 12% do orçamento de 2012, ano de maior execução do PAA. Em 2020, a situação só foi diferente porque o PAA teve uma suplementação de 500 milhões de reais, graças à mobilização de organizações como a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), entidades sindicais e movimentos sociais.

Apesar do orçamento para aquisição de alimentos ser baixíssimo para 2022, o governo ampliou o limite de compra do Alimenta Brasil, tanto por família agricultora quanto pelas diferentes modalidades. Essa ampliação representa um crescimento entre 50 e 200% do valor máximo permitido anteriormente. No entanto, ampliar o limite de compra por família agricultora, sem ampliar o orçamento disponível, resultará na redução do número de famílias agricultoras atendidas.

O governo dedicou boa parte do ano para aprovar o Alimenta Brasil, sendo que bastaria ampliar os recursos do PAA e promover o fortalecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que tem capacidade institucional para atender rapidamente centenas de milhares de famílias agricultoras e milhões de famílias em insegurança alimentar e nutricional. Entre 2019 e 2020, a Conab deixou de atender via PAA mais de 200 milhões de reais em projetos de aquisição de alimentos, por falta de alocação de recursos financeiros pelo governo. Em 2021, a execução foi zero. Há dois meses a Conab lançou um novo edital do PAA, recebeu cerca de 320 milhões de reais em projetos, mas até agora os projetos não foram contratados e, por enquanto, o orçamento disponível à Conab para aquisição de alimentos, cerca de 13,5 milhões, vem de emendas parlamentares, representando apenas 4% da demanda recebida nesse recente edital do PAA.

O desmonte promovido pelo governo Bolsonaro não se restringe ao PAA e ao Bolsa Família. Somam-se a isso, o esvaziamento da política dos estoques públicos e da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), instrumentos de fomento à produção de alimentos básicos e que poderiam contribuir para o controle da inflação. Além disso, houve a desconstrução do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e de um conjunto de programas de fortalecimento da agricultura familiar camponesa, tais como, os programas de infraestrutura hídrica, implementados pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e o Ecoforte, implementado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com a Articulação Nacional de Agroecologia.

Assim, em vez de debater uma política nacional de abastecimento, da qual o PAA fosse parte integrante, observamos a desconstrução de programas que contribuíram para significativas transformações sociais, por meio da transferência de renda, fomento à produção e garantia da comercialização de alimentos, promoção da agrobiodiversidade, valorização da cultura alimentar regional e o combate à fome.

Resolvida a questão emergencial, garantindo que cidadãs e cidadãos saiam das filas do osso e do lixo e passem a se alimentar, é necessário pensar no tipo de alimentação que a população brasileira está consumindo. É preciso fazer do Guia Alimentar para a População Brasileira a referência para construir alternativas, em direção à alimentação saudável e a partir de sistemas de produção diversificados; promover mudanças na estrutura agrária, visando a desconcentração fundiária; assegurar que indígenas e comunidades tradicionais possam ter suas terras e territórios regularizados. Por fim, que a agricultura familiar camponesa, sobretudo a juventude rural, seja fortalecida, garantindo uma agricultura com gente e promotora da biodiversidade, de uma alimentação diversificada e de qualidade. A agroecologia é a base para isso.

* Silvio Porto é professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), coordenador do Nucampo e ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Carta Capital
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