Rio Grande do Sul

JUSTIÇA FISCAL

Ao completar um ano, tirinhas da Niara viram livro e vídeo para divulgar campanha

Retratada pelo cartunista Aroeira, a mascote destrincha com humor os aspectos que perpetuam a desigualdade no Brasil

Brasil de Fato | Porto Alegre |
As tirinhas da Niara, a mascote da campanha Tributar os Super-Ricos, completaram um ano de publicação semanal e ganharam uma versão impressa - Reprodução

As tirinhas da Niara, a mascote da campanha Tributar os Super-Ricos, completaram um ano de publicação semanal e ganharam uma versão impressa e um vídeo explicativo para convidar novas entidades a participar da campanha. A primeira tiragem da cartilha é de cinco mil exemplares e distribuição gratuita.

A personagem foi criada para explicar as distorções na cobrança de impostos no Brasil, onde os pobres pagam proporcionalmente muito mais tributos que os ricos, gerando profunda concentração de renda, onde o 1% mais rico detém quase 50% da riqueza nacional.

Retratada pelo cartunista Aroeira, a mascote destrincha com humor os aspectos que perpetuam a desigualdade em decorrência da injustiça fiscal.

“Niara trata de maneira lúdica e leve temas complexos. As tirinhas são instrumento de formação e informação sobre diversas pautas da sociedade e falam das propostas para taxar os super-ricos”, observa Rosilene Corrêa, diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), uma das 70 organizações que apoiam a campanha. A professora observa que o material é um recurso pedagógico importante para ser usado em sala de aula.

Projetos estão no Congresso

Tributando apenas 0,3% da população mais rica no país é possível arrecadar R$ 300 bilhões ao ano, propõe a campanha, que protocolou os projetos em setembro de 2021 no Congresso Nacional.

Nas histórias semanais, Niara demonstra a responsabilidade dos parlamentares em transformar as distorções tributárias em justiça fiscal e contribuir para o país sair da crise aprofundada na pandemia.

Nos quadrinhos, a pré-adolescente negra detalha a isenção de tributos sobre jatinhos, lanchas e helicópteros, a não cobrança do Imposto sobre Grandes Fortunas previsto desde 1988, o equivocado foco da tributação sobre o consumo e não na renda, o retardo no início da vacinação contra a covid-19 que potencializou as mortes, a alta taxa de desemprego e o retorno da fome nos lares brasileiros enquanto aumenta a lista de super-ricos na pandemia.

Compromissos de campanha

Os projetos redigidos por especialistas e defendidos por dezenas de entidades nacionais, receberam o apoio da Associação Vida e Justiça. Foram protocolados em setembro de 2021 pelo deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), apoiado por 60 parlamentares de quatro partidos, vinculando parte da receita ao socorro às vítimas da covid-19, além de um novo tributo sobre os agrotóxicos.

Os dirigentes da campanha Tributar os Super-Ricos destacam que a reforma tributária que tramita no Congresso não promove justiça fiscal e iniciaram uma mobilização para alertar aos eleitores que cobrem de seus candidatos compromissos com a taxação das altas rendas e grandes patrimônios.

O livro do primeiro ano da Niara pode ser conferido neste link da campanha e pode ser baixado em PDF para livre distribuição e uso em sala de aula. Está disponível também na plataforma issuu.

Os quadrinhos são publicados nas redes sociais da campanha e das entidades apoiadoras todas as sexta-feiras. O Brasil de Fato também divulga as tirinhas em suas redes sociais.

 


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Edição: Katia Marko