Desastre ambiental

Justiça impede saída de diretores da Repsol do Peru após derrame de 6 mil barris de petróleo

Medida tem validade para os próximos 18 meses e busca garantir que executivos testemunhem nas investigações

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Derramamento de petróleo no litoral da zona metropolitana de Lima é considerado o maior desastre ambiental da história recente do Peru - Presidência Peru

A Justiça do Peru determinou que os diretores da Repsol estão impedidos de sair do país pelos próximos 18 meses para que possam responder às investigações sobre o derrame de 6 mil barris de petróleo na refinariea de La Pampilla, no dia 15 de janeiro. 

A decisão atende a um pedido do Ministério Público e atinge o diretor executivo da Repsol Peru, Jaime Fernández–Cuesta, e os diretores Renzo Tejada, Gisela Posadas e José Reyes. Todos são acusados do delito de contaminação ambiental após o derrame na região de Ventanilla, localizada em Lima, capital peruana. 

"Estamos diante de um dos maiores ecocídios nas nossas costas. O governo assume o papel de sancionar os responsáveis pelos danos que afetam tragicamente a flora, fauna e as comunidades postas em risco e privadas do seu sustento cotidiano", declarou o presidente Pedro Castillo. 

O chefe de Estado visitou a região no dia 20 de janeiro e assinou um decreto que estabelece a emergência climática como um assunto de interesse nacional. O governo também assegurou que irá revisar o contrato com a transnacional petroleira.

Desde a última segunda-feira (24), um grupo de especialistas da ONU está no Peru para analisar os danos causados pelo derrame de petróleo cru. 

O desastre, que já afetou cerca de um milhão de metros quadrados de mar e causou danos significativos aos ecossistemas da região, continua a não ter sua causa revelada.

Em relatório preliminar, a empresa espanhola Repsol reconheceu que não foi capaz de calcular a real magnitude do acidente, ao mesmo tempo em que enfatizou assumir as consequências do desastre. 

Edição: Arturo Hartmann