Rio de Janeiro

Jornada de lutas

Mulheres do MST denunciam multinacional do agronegócio no RJ: "fatura enquanto país passa fome"

Protesto foi realizado em frente a multinacional Bunge, no Parque Duque, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A Bunge foi escolhida como palco para o protesto desta segunda por representar as multinacionais do agronegócio instaladas no país - Pablo Vergara/ MST

Na madrugada desta segunda-feira (7), cerca de 70 mulheres que compõem o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram um protesto em frente a multinacional Bunge, no Parque Duque, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. 

O ato integra a Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra, organizada durante o mês de março, que inclui protestos, ações de solidariedade e formação em todo o país. 

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A Bunge foi escolhida como palco para o protesto desta segunda para representar as multinacionais do agronegócio instaladas no país. Ela foi uma das empresas do ramo que mais lucrou em 2021. 

“Com o lema ‘Terra, Trabalho, Direito de Existir! Mulheres em Luta não vão sucumbir!’, as mulheres do MST denunciam para sociedade os altíssimos faturamentos da multinacional enquanto o Brasil retorna ao mapa da fome e da miséria”, disse o MST em nota.

De acordo com o movimento, o lucro da multinacional quase dobrou no ano passado. O segmento de agribusiness da Bunge, o mais importante da empresa, registrou vendas líquidas de US$43,6 bilhões no ano, ante US$30 bilhões em 2020.


O ato integra a Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra, organizada durante o mês de março / Pablo Vergara/ MST

Na área de óleos refinados, houve avanço de 38,5% para US$9,6 bilhões, enquanto na divisão de moagem o crescimento foi de 18,6%, para US$1,9 bilhão. 

Segundo uma das porta-vozes do protesto, as mulheres são as mais afetadas pela situação de fome que tem se agravado no Brasil. “Isso porque estão como únicas responsáveis em quase metade das famílias brasileiras, ficando com elas a responsabilidade sobre as condições de sobrevivência do núcleo familiar", explica. 

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“Desde 2020, a partir do cenário de crise no país agravado pelo desgoverno de Bolsonaro e a pandemia, as mulheres e a população negra também foram as primeiras a perderem o emprego e a renda. Com isso, o aumento do desemprego e a falta de opções de renda levou cerca de 60 milhões a viverem na pobreza e quase 20 milhões de pessoas em situação de miséria”, finaliza trecho da nota do movimento.

Edição: Mariana Pitasse