Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

AMAZÔNIA

Combustível caro pode travar cadeia produtiva da agricultura familiar em cidades isoladas no AM

Insumos em alta, longas distâncias e falta de infraestrutura podem inviabilizar distribuição de alimentos na Amazônia

13.mar.2022 às 13h02
Lábrea (AM)
Murilo Pajolla

Em Lábrea (AM), feirante relata queda na venda de farinha: "Encareceu por causa do aumento dos combustíveis" - Murilo Pajolla

No norte do Brasil, a farinha de mandioca compõe a base da alimentação da população, principalmente a mais pobre. A maior parte dela não é feita em indústrias, mas vem dos quintais de pequenos produtores, que fazem o plantio, a colheita e o beneficiamento do produto. 

A farinha e outros alimentos essenciais percorrem extensas regiões de floresta amazônica por meio de rios sinuosos ou estradas de terra. Mais complexa do que nas regiões mais urbanizadas, a logística depende principalmente dos combustíveis, que sofreram o maior aumento do último ano. 

Produtores e comerciantes ouvidos pelo Brasil de Fato dizem que praticamente estão tendo que pagar para trabalhar. E temem que a elevação do preço dos insumos possa impedir a chegada de alimentos da agricultura familiar à mesa dos consumidores. 

:: Inflação é a maior desde 2015 com alta de alimentos, aluguel, educação e energia ::

O impacto no transporte 

Maior do que o estado do Rio de Janeiro, o município de Lábrea fica no sul do Amazonas e tem 50 mil habitantes. Os moradores amanheceram nesta sexta-feira (11) com a gasolina até 13,3% mais cara, vendida a até R$ 8,54. Já o diesel aumentou cerca de 20% e pode ser encontrado por R$ 7,84 na bomba.  

No porto da cidade, a caminhonete de José Raimundo é carregada diariamente com alimentos produzidos nas comunidades ribeirinhas às margens do rio Purus. De lá, ele transporta a carga para supermercados, feiras e outros comércios.  

“Vamos supor um produtor de banana. Se ele gastar 200 litros de diesel, só vai tirar o suficiente para o combustível, ou às vezes nem isso. Com o que ele ganhar, só vai dar para comprar o ‘inflamável’ para voltar para casa. Então não está compensando ele trazer”, explica. 

:: “Ficará inviável trabalhar”, diz representante de caminhoneiros sobre aumento dos combustíveis ::

Mesmo pressionado pela alta da gasolina, ele diz não ter como aumentar o preço do frete. “Senão o produtor rural não paga e nós não trabalhamos. Então a gente tem que trabalhar pelo mínimo possível”, lamenta. 

Como resultado, a família de José Raimundo vive uma situação na qual se encontra mais de 40% da população brasileira: a insegurança alimentar. “O jeito é consumir menos. Lá em casa nem se fala mais em carne. De frango, é muito pouco. E os ovos estão com um preço horrível”. 

“E, com o preço do gás, a gente vai ter que voltar para o carvão. E não pode mais fazer o carvão porque não pode derrubar madeira. Aí como é que o pobre vai viver? A gente não sabe nem o que fazer mais”, desabafa o profissional do transporte. 


No ramo de fretes, José Raimundo diz que escoar a produção está ficando inviável / Murilo Pajolla

Produtores no vermelho

A agricultora Ana Silva de Souza tem um sítio na área rural da cidade, onde produz farinha de mandioca. Lá a raiz é colhida e triturada em uma máquina que funciona à base de gasolina. 

O combustível também enche o tanque da moto da família, que transporta o produto para comerciantes da feira central de Lábrea. Os feirantes, por sua vez, embalam a farinha em sacos menores e vendem ao consumidor final. 

“Quando a gente põe o preço do produto, o feirante acha caro. Não querem pagar o que a gente quer. Mas não podemos fazer nada. A gente tem que aumentar o preço do produto da gente, senão a gente não trabalha”, conta Souza.

:: O Brasil e a escassez: o que os momentos históricos de carestia nos ensinam? ::

Souza conta que tem faturado “muito pouco” e espera ganhar ainda menos daqui para frente. Além da pandemia, que afastou os clientes, o principal inimigo, segundo ela, é o preço dos combustíveis e do gás de cozinha. 

“A gente passa às vezes a manhã todinha aqui na feira, traz duas sacas do produto e não consegue vender tudo. E tem que pagar para levar de volta, e aí não sobra nada para a gente”, reclama Souza. 

Vendas em queda 

Um dos principais compradores da farinha de mandioca produzida pela família da agricultora é o feirante Manoel Rodrigues dos Santos. Há 25 anos no ramo, ele disse nunca ter presenciado um momento tão ruim para o comércio de farinha. 

Do outro lado do seu balcão, o consumidor reclama do preço. Com a crise provocada pela pandemia, as vendas vem caindo e, consequentemente, a renda do vendedor. 

“O produtor vai aumentar o preço e nós temos que aumentar também para o consumidor. A farinha encareceu por causa do aumento dos combustíveis. Eu comprava uma saca de a R$ 200, agora vou pagar 220, 250, só com esse aumento de agora”, calcula. 

Infraestrutura só para commodities 

Fernanda Meirelles, coordenadora de Políticas Públicas do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), reconhece que o preço descontrolado dos insumos ameaça a cadeia de produtos da agricultura familiar na Amazônia, que depende do transporte entre distâncias mais longas. 

Ela afirma que essa característica não é contemplada em grandes projetos de infraestrutura na região, criando um empecilho ao desenvolvimento econômico regional. A falta de perspectiva acaba estimulando atividades ilegais mais rentáveis, como o corte de madeira, a pesca ou caça ilegais. 

:: "O Agro não é pop": estudo aponta que a fome é resultado do agronegócio ::

“Quando a gente olha esses projetos, eles acontecem dentro de uma lógica de commodities. A gente vê porto graneleiro, anel sojeiro e investimentos voltados a baratear o transporte de commodities”, afirma. 

“Mas a gente não pensa no investimento em outros tipos de produtos, seja agricultura familiar, seja da parte da bioeconomia e produtos da sociodiversidade. E isso precisa ser mudado”, pontua. 
 

Editado por: Douglas Matos
Tags: agricultura familiaramazôniacombustíveis
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Escalada de tensão

‘Trump vive da polarização’, diz professor sobre repressão a imigrantes nos EUA

Barco capturado

Itamaraty diz que ativistas sequestrados por Israel estão bem, mas destino é incerto, afirma coordenadora

TRAMA GOLPISTA

Ramagem nega monitoramento ilegal de ministros do STF pela Abin

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Encontros abertos debatem melhorias na rede de assistência social do Recife

GERAÇÃO DE RENDA

12ª Feira de Economia Popular Solidária destaca o protagonismo de mulheres negras em Porto Alegre

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.