A Casa Branca informou nesta quinta-feira (17) que o presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, conversarão por telefone na sexta-feira (18). Washington e Pequim já tiveram outros contatos diplomáticos para tratar da guerra na Europa, mas esse é primeiro contato entre os dois presidentes desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, no dia 24 de fevereiro.
"Os dois líderes discutirão o gerenciamento da competição entre nossos dois países, bem como a guerra da Rússia contra a Ucrânia e outras questões de interesse mútuo", destacou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em comunicado.
Na quarta-feira (16), Biden classificou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, um importante aliado da China, de "criminoso de guerra". O Kremlin afirmou que a declaração do presidente dos Estados Unidos é "inaceitável e imperdoável".
Russos e ucranianos deram declarações recentemente que apontam avanços nas conversas por paz. Na quarta-feira (16), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, destacou que há "esperança" que um acordo possa ser alcançado e que um "status neutro" para a Ucrânia está nas mesas de negociações.
O negociador e conselheiro da Ucrânia, Mikailo Podolyak, afirmou que Kiev busca um acordo que preveja "estados garantidores que assumam obrigações legais claras para prevenir ativamente ataques à Ucrânia". Os ucranianos querem manter o direito a ter um Exército, mas indicaram que aceitam ficar de fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
É provável que o futuro da Crimeia, território ucraniano que fez parte da União Soviética anexado pela Rússia em 2014, e das repúblicas separatistas pró-Rússia de Donbas sejam um ponto de desencontro e de difícil solução nas negociações.
De acordo com o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 3.169.897 refugiados já fugiram da Ucrânia desde a eclosão do conflito. A Polônia recebeu a maior parte dessas pessoas e abriga 1,9 milhão de refugiados.
