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51% dos brasileiros apoiam bloqueio de aplicativos que desobedecem Justiça, diz Datafolha

Maioria concorda que plataformas devem cumprir ordens judiciais; entre eleitores de Bolsonaro, resultado é inverso

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Bloqueio do aplicativo Telegram colocou Alexandre de Moraes, do STF, e Bolsonaro em rota de colisão - Presidência da República/Divulgação

Uma pesquisa do Datafolha divulgada neste sábado (26) mostra que 51% da população brasileira é favorável ao bloqueio de aplicativos de mensagens que não obedeçam decisões da Justiça para conter a divulgação de notícias falsas.

O levantamento aponta que 43% são contrários esse tipo de medida, que foi determinada na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Telegram. Apenas 3% se declararam indiferentes ao tema, e outros 3% não souberam opinar.

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O Datafolha mostra ainda que 56% dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) são contrários à suspensão das plataformas. Já entre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o índice é de 38%. O levantamento ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos na terça-feira (22) e na quarta (23).

Realizada em 181 cidades de todo o país e com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, a pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-08967/2022.

Bloqueio do Telegram revogado

Moraes revogou, durante a tarde do último domingo (20), a decisão que havia determinado a suspensão do Telegram. Em seu despacho, o magistrado afirmou que a plataforma cumpriu as exigências que haviam sido impostas, dentro do prazo de 24 horas estabelecido por decisão no sábado (19).

O ministro havia determinado à empresa a indicação de um representante oficial no Brasil, o envio de informações sobre providências para combate à desinformação e o cumprimento integral de decisões sobre retirada de conteúdo ou bloqueio de canal.

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No domingo, o Telegram indicou Alan Campos Elias Thomaz como representante legal no Brasil. "Alan tem experiência anterior em funções semelhantes, além de experiência em direito e tecnologia, e acreditamos que ele seria uma boa opção para essa posição enquanto continuamos construindo e reforçando nossa equipe brasileira", afirmou o aplicativo.

Canais da família Bolsonaro cresceram

Durante o final de semana, uma série de reportagens apontou que Bolsonaro e seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ganharam milhares de seguidores no Telegram durante a crise entre o aplicativo e a Suprema Corte.

Um dos levantamentos, feitos pelo site Poder360, mostra que a família acumulou 128 mil novos seguidores de sexta-feira (18) a domingo (20). O chefe do Executivo alcançou 1,2 milhão de seguidores, o que representa avanço de 109 mil assinantes. No mesmo período, outros pré-candidatos à Presidência tiveram crescimento mais tímido. Lula (PT) ganhou 3 mil seguidores, e Ciro Gomes (PDT), apenas mil. 

Edição: Raquel Setz