AUDIOVISUAL

Curso de roteiro em parceria com Netflix abre inscrição para negros, 3ª idade, PCDs e LGBTQIA+

Aulas gratuitas e remotas também serão para moradores de comunidades e pessoas de baixa renda

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
curso de roteiro
Rodrigo Sant'Anna e Junior Figueiredo ministrarão as aulas previstas para acontecerem de abril a junho - Janderson Pires

Estão abertas até o próximo domingo (27) as inscrições para o curso de roteiro para comédia do Clube do Pensamento, plataforma de ensino que tem como objetivo possibilitar o primeiro acesso de um saber técnico e artístico para integração de minorias no mercado do audiovisual brasileiro.

As inscrições no site Clube do Pensamento e as aulas, gratuitas e em formato remoto, estão previstas para acontecer de abril a junho.

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Gratuita e virtual, a iniciativa é focada em capacitar profissionais de baixa renda, negros, da terceira idade, pessoas com deficiência e LGBTQIA+ de qualquer região do Brasil. Contando agora com a parceria e o apoio da Netflix para expandir a iniciativa, as aulas do Clube do Pensamento serão ministradas pelo roteirista Junior Figueiredo e o ator Rodrigo Sant’Anna.

"Minha motivação para criar o Clube do Pensamento está diretamente ligada à minha própria história de vida. Vim de uma realidade onde trabalhar com arte era uma abstração. A meritocracia ostenta uma fama traiçoeira. A ideia de que se pode chegar ao topo com talento e perseverança legitima as desigualdades, nos fazendo crer que a culpa é sempre nossa", diz Junior Figueiredo.

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Junior, que saiu do interior da Bahia em direção a São Paulo acreditando no potencial das histórias que tinha para contar, explica que o projeto visa construir uma indústria audiovisual mais inclusiva, ao mesmo tempo em que oferece capacitação técnica para que novos artistas contem suas próprias histórias.

Rodrigo Sant'Anna, que também ministrará as aulas, complementa: "Este projeto é uma maneira de tornar o mercado mais plural. Se temos mais pretos contando histórias, mais histórias de pretos serão produzidas, e o mesmo se dá para todos os outros grupos historicamente excluídos. Já passou da hora de dar espaço para esses grupos contarem suas histórias. Eu, que sou preto, gay e favelado, sou a exceção".

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda