Violência

Grupo paramilitar ameaça de morte candidata à vice-presidência da Colômbia

Integrante da coalizão que lidera as pesquisas, Francia Márquez diz esperar que "impunidade não prevaleça"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Liderança social da Colômbia, Francia Márquez é a mulher negra com a maior votação do país - Juan Barreto /AFP

A candidata à vice-presidência da Colômbia pela coalizão de esquerda Pacto Histórico, Francia Márquez, sofreu ameaças de morte pelo grupo paramilitar Águias Negras. Em dois panfletos com datas de 24 de março e 7 de março, o grupo armado afirma que "todo aquele que intervenha nos seus propósitos será erradicado do mapa" e listam nomes de militantes sociais, associações de defesa de direitos humanos, além de Francia Márquez.

Os paramilitares difundiram a mensagem nos departamentos de Cauca e Valle del Cauca, sul do país, e ainda decretaram "toque de recolher" a partir das 18h do dia 25 de março, avisando que conhecem as rotas dos seus "objetivos militares".

"Como se não fossem suficientes as calúnias e manifestações racistas, em menos de um mês me ameaçaram de morte duas vezes junto a outros líderes sociais. Senhor presidente Iván Duque solicito que garanta minha integridade física, da minha família e de todos os líderes sociais mencionados", publicou Márquez. 

A advogada também pediu ao Ministério Público investigar as ameaças. "Tomara que dessa vez não vença a impunidade", disse.

O conflito armado na Colômbia já dura 58 anos e soma 262 mil vítimas mortais, segundo o Centro de Memória Histórica do país.

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Atentado em Bogotá 

À medida que avança o calendário eleitoral, também se intensifica a violência na Colômbia. Defensores de direitos humanos acusam a situação como uma tática da direita para disseminar o medo e aumentar sua popularidade antes das eleições presidenciais de 29 de maio

Na noite de sábado (26) houve uma explosão em uma estação policial no sul da capital Bogotá. Nesta segunda-feira (28), outra criança não resistiu às feridas e faleceu. Dessa forma, o atentado terminou com duas crianças mortas, 34 feridos e cerca de 60 casas afetadas pelos estilhaços da bomba. 

Em comunicado, a Frente 33, dissidência das FARC-EP, assumiu a autoria do bombardeio, afirmando que tratava-se de atividades comemorativas pelo aniversário do assassinato de Manuel Marulanda, comandante histórico da ex-guerrilha.

Edição: Thales Schmidt