Rio de Janeiro

CPI DAS MILÍCIAS

Governador do RJ corta salário de policiais que fazem escolta de Freixo, ameaçado pela milícia

Governo estadual tirou gratificação salarial de agentes, mas Cláudio Castro já havia ameaçado retirar policiais em 2021

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Em 2008, o então deputado estadual Marcelo Freixo, à época no Psol, presidiu na Alerj a CPI para investigar milícias no estado
Em 2008, o então deputado estadual Marcelo Freixo, à época no Psol, presidiu na Alerj a CPI para investigar milícias no estado - YASUYOSHI CHIBA / AFP

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), cortou a remuneração de três policiais que fazem a escolta do deputado federal Marcelo Freixo (PSB). A informação foi dada pelo colunista Bernardo Mello Franco, no jornal O Globo do último domingo (10).

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Por ter sido presidente da CPI das Milícias na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Freixo passou a sofrer ameaças de morte. Por conta das ameaças e por exercer mandato parlamentar, ele tem direito a segurança 24 horas.

Com a transferência feita pelo governo do Rio, os agentes perderam gratificação salarial de R$ 1.500. No fim de 2021, Castro já havia ameaçado retirar parte da escolta que faz a proteção de Freixo.

Castro e Freixo são pré-candidatos e vão se enfrentar nas eleições de outubro para a sucessão no Palácio Guanabara. Segundo o colunista, "Castro é apoiado por alvos notórios" das investigações que ocorreram no âmbito da CPI contra milicianos que Freixo presidiu.

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Freixo não comentou a decisão. O vereador do Rio Tarcísio Motta (Psol) classificou a decisão do governo do estado como "inadmissível" e lembrou do contexto de crescimento de grupos milicianos no estado e no Brasil.

"Em um cenário de crescente violência política e espraiamento territorial das milícias, é absurda a fragilização de sua proteção", comentou o vereador nas redes sociais.

A Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as milícias que atuam no estado e sua relação com políticos fluminenses foi criada em 2008. Como resultado, mais de 200 pessoas foram indiciadas, entre elas deputados, que acabaram indo para a cadeia.

Edição: Eduardo Miranda