Paraná

Violência policial

Dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do PR é preso e alega ter recebido ameaças de policiais

Prisão aconteceu durante ato público de greve dos trabalhadores da Renault, nesta terça (17)

Curitiba (PR) |
Trabalhadores estão em greve desde o dia 06 de maio - Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba

Os trabalhadores da Renault de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, estão em greve desde dia 06 de maio por reajuste salarial e contra mais de duas mil demissões. Nesta terça (17), realizaram uma Assembleia da categoria,  em frente à empresa. No início da tarde, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região, a Polícia Militar tentou impedir que o ato continuasse ocorrendo e prendeu um dos dirigentes sindicais.

Alceu Luís dos Santos, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos e trabalhador da Renault, foi preso, segundo ele, por mais de uma hora dentro de um camburão e foi ameaçado por policiais que faziam a escolta.

Alceu estacionava seu carro próximo à entrada da empresa e iria se dirigir ao caminhão de som para falar aos trabalhadores. “Eu estava chegando, parando o carro, e a polícia chegou de forma truculenta já me tirando do carro. Depois, sem que eu entendesse o motivo, me levaram para o camburão. Eu cheguei a dizer que era advogado e do sindicato e me mandaram calar a boca e inúmeros outros xingamentos, me ameaçando”, relatou.


Durante manifestação dos grevistas, um dirigente sindical foi preso e, segundo ele, ameaçado pela polícia militar / Divulgação

Segundo Alceu, só depois que ele conseguiu entrar em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Paraná (OAB-PR), que o liberaram e o levaram a uma delegacia para assinar o termo circunstanciado de ocorrência.

O sindicato informou que a polícia alegou que os manifestantes estariam obstruindo a passagem dos ônibus que levam os trabalhadores para dentro da fábrica. No entanto, os ônibus estavam vazios, já que os mais de cinco mil trabalhadores estão em greve.

“A policia escoltou os ônibus que estavam todos vazios, sem nenhum trabalhador dentro. O pior é que chegamos a combinar com a Policia Militar essa manifestação e fomos autorizados. Chegando lá, essa truculência”, conta Alceu.

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região Metropolitana. repudiou a ação da PM. "Nós repudiamos a atitude tomada pela direção da empresa Renault e a Policia Militar. Estávamos fazendo uma assembleia, estava tudo tranquilo e o efetivo da Polícia,fez escolta tentando colocar os trabalhadores para dentro da empresa. Mas, os ônibus estavam vazios. Esse também não é o papel da Polícia Militar. O sindicato repudia essa ação da PM e não só essa. Outras aconteceram a mando do governo do estado," disse o diretor executivo do Sindicato,  Jurandir Ferreira (Alicate). Segundo ele, o jurídico da entidade sindical entrará com as medidas cabíveis. 

A reportagem do Brasil de Fato Paraná entrou em contato com a Polícia Militar, pedindo esclarecimentos sobre o ocorrido. Até o fechamento da matéria, não houve resposta.

Edição: Lia Bianchini