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Início Política

ensino domiciliar

Artigo | Homeschooling: as trevas e a servidão ultraliberal

Educação domiciliar é tema prioritário na agenda conservadora do governo Bolsonaro

24.maio.2022 às 10h24
São Paulo (SP)
Adão Francisco de Oliveira, Ana Carolina de Oliveira Marques, Cezar Freitas Barros, Ricardo Junior Assis F. Gonçalves e William Simões

Educação domiciliar é tema prioritário na agenda conservadora do governo Bolsonaro - ©AFP

No último dia 18 de maio de 2022, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto de lei que institui no Brasil o homeschooling (ensino domiciliar).

Uma das principais bandeiras defendidas pelo governo Bolsonaro para a Educação, esta medida visa regulamentar esse tipo de ensino, que foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2018 sob o amparo do Código Penal, que o prescreve como crime pelo fato de os pais deixarem de prover, sem justa causa, a instrução primária de filho em idade escolar.

Leia mais: O que diz o projeto sobre ensino domiciliar aprovado na Câmara

No capítulo da Constituição da República Federativa Brasileira de 1988 que trata da Educação, o exercício desta é concebido essencialmente no âmbito da escola, sendo um direito de todos e um dever do Estado e da família a sua provisão, como destacam os artigos 205 e 206:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

Este entendimento é reiterado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96, que avança na compreensão da primazia da escola como espaço de sociabilidade e formação do ser social, prescrevendo no parágrafo 2º do Art. 1º que: A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

De fato, a escola é o espaço social fundamental onde se erigem os fundamentos da sociabilidade com base no entendimento de que a humanidade se constitui e se realiza na produção social.

:: Educação domiciliar: urgência do governo tem caráter eleitoral, afirma especialista ::

As conquistas históricas expressas materialmente nos dispositivos técnicos e tecnológicos e culturalmente nas concepções, ideias e representações são frutos de experiências socialmente radicadas. As sociedades humanas que organizaram escolas para, mediante suas conquistas históricas, exprimir projetos para o futuro tiveram mais êxito, abrangência e importância.

Na contemporaneidade, com a unificação da agenda econômica mundial a partir da Revolução Industrial – e que, na atualidade, engloba cada vez mais o avanço técnico-científico-informacional e os interesses de agentes empresariais-financeiros e neoliberais –, a escola tornou-se exigência e realidade de todos os países, encerrando em si mesma um sentido contraditório e dialético.

De um lado, a reprodução das conquistas históricas através de currículos didático-pedagógicos, com orientação para o aperfeiçoamento do trabalho e resguardando dispositivos ideológicos de controle e dominação da classe capitalista, dirigente das relações sociais de produção. De outro, a construção utópica de sentidos libertários, humanitários e alternativos à exploração típica do trabalho no modo de produção capitalista.

Assim, nos últimos 170 anos a experiência escolar foi se disseminando mundo afora e refletindo, em seu processo de estruturação e formação, essa dialética que é própria da época e das sociedades que a reproduzem. Contudo, mesmo como um espaço que se desenvolve em contradições a escola é concebida como uma instituição fundamental para imbuir crianças e jovens de humanidade e, por meio dos currículos, da mediação docente e das relações com seus pares sociais, ampliar suas perspectivas de futuro.

Saiba mais: Programa Bem Viver destrincha os interesses em aprovar educação domiciliar no Brasil

Do ponto de vista das classes sociais a escola nunca será um espaço perfeito, mas sempre será o espaço mais importante para a construção do conhecimento e do saber socialmente referendado, da sociabilidade, das trocas sociais, das regras de convivência, da tolerância, do respeito, do reconhecimento da alteridade.

Mesmo que em sociedades divididas em classes, a escola em que o professor é um mediador fundamental, semeia conjuntamente com as crianças, jovens e toda sua comunidade, a humanidade capaz de elevar a esperança de que o futuro pode ser melhor.

Por isso, negar a escola e o seu poder de humanização contradiz projetos de desenvolvimento; retroage em conquistas civilizatórias; expõe a incompreensão histórica e o equívoco projetual de grupos que exercem o poder; explicita a aporofobia, a dascalofobia, a dialofobia, a gnosiofobia e a xenofobia como frutos de um recurso ideológico recente de avanço de determinadas forças do capitalismo e que promovem uma intensificação da acumulação de riquezas a partir da desestabilização social. Negar a escola é estabelecer um contexto de trevas.

Como prescreve o Código Penal brasileiro, negar a escola é causar o abandono intelectual e isso não coaduna com um Brasil mais afirmado, autônomo e independente no cenário internacional. Crianças e jovens mais inteligentes aprendem socialmente, aprendem juntas, estabelecendo relações de aprendizagem, e esses sujeitos só podem existir plenamente se tomarmos as escolas em suas configurações atuais e avançarmos em sua estruturação, em seu conceito e em sua prática, e não se retroagirmos no caminho de sua desconsideração.

A radicalidade conservadora e retrógrada da proposta de homeschooling não é um fato político isolado. Ela se inscreve no quadro das reformas ultraneoliberais levadas a cabo pelo governo de Jair Bolsonaro e que temos denunciado em várias notas de repúdio assinadas em conjunto com as demais associações científicas nacionais. Assim, elas se associam:

  • à discussão das DCNs – Diretrizes Curriculares Nacionais (que ameaça a formação do bacharel em Geografia em favor do tecnólogo);
  • à implementação do Novo Ensino Médio (com a desobrigação curricular das Ciências Humanas e Sociais e com a instituição dos Itinerários Formativos);
  • à Base Nacional Comum da Formação de Professores (que submete a formação de professores a uma pedagogia tecnicista que privilegia o saber-fazer em detrimento da formação científica);
  • com a intenção de implantação do novo Marco Temporal (ameaçando áreas florestais sob a posse de indígenas);
  • com a tramitação do PL da Grilagem (que regulariza a situação de áreas rurais sabidamente griladas);
  • com a tentativa de promulgação do Decreto das Cavernas (que autoriza a realização de intervenções em cavidades naturais e subterrâneas como cavernas e grutas, colocando-as sob o risco de destruição).

 

Associam-se a estas pautas polêmicas tantas outras já denunciadas por nós e que já se encontram em curso face ao desinvestimento educacional, científico e tecnológico dos últimos anos; à perseguição administrativa e política a professores, intelectuais e artistas; ao desmantelamento da rede de proteção social (políticas sociais, trabalhistas e previdenciárias); à violência contra lideranças comunitárias (indígenas, camponeses, extrativistas, ambientalistas, sindicais); ao desmonte dos órgãos IBAMA, IPHAN, FUNAI, INCRA, IBGE; à privatização dos ativos nacionais, especialmente canalizados nas produções da Petrobrás e da Eletrobrás.

Essa concertação ultraneoliberal é contraditória com uma sociedade desenvolvida e independente, sendo, portanto, imprudente. Ela estabelece um novo marco de servidão do Brasil e dos brasileiros a corporações econômicas que não se importam com esta nação e com o seu povo. Cobramos do governo federal postura cívica, republicana e democrática de representação de nossos interesses nacionais. Não ao homeschooling!

Abaixo às reformas ultraneoliberais!

Editado por: Rebeca Cavalcante
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