Eleições 2022

Comunicação de Lula prevê combate à fábrica de fake news bolsonarista

Estratégia prevê ainda o diálogo e acolhimento das angústias e sofrimentos do povo brasileiro

|
Os apoiadores defendem uma campanha acolhedora para o povo - Ricardo Stuckert

As ações de comunicações da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva deverão priorizar o combate e a neutralização da fábrica de fake news bolsonarista, que levou à vitória de Jair Bolsonaro em 2018, e ao diálogo e acolhimento das angústias e sofrimentos do povo brasileiro. É o que definiram representantes das mais de cem organizações, entre as quais partidos políticos (PT, PCdoB e PSOL), movimentos populares (MST e MTST), centrais sindicais (CUT, CTB e Intersindical), entidades de comunicação e cultura e a União Nacional dos Estudantes (UNE) – aglutinados na Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo –, reunidas na Escola Florestan Fernandes do MST, em Guararema.

Para o deputado federal e coordenador de comunicação da campanha de Lula, Rui Falcão (PT-SP), despertar esperança de que o povo brasileiro vai superar essa triste página de sua história deve ser o objetivo principal. “Vamos falar dos problemas que o Brasil enfrenta, sobre a questão econômica e como podemos voltar a ser uma grande Nação com desenvolvimento, emprego, renda, educação e cultura”, disse.

Do encontro foi produzido um documento, a Carta de Guararema, com uma série de propósitos para o sucesso da campanha, que “só logrará êxito se estivermos alertas para combater e neutralizar a engrenagem de desinformação, mentiras e fake news a serviço de Bolsonaro”. “Vamos, portanto, nos dedicar à construção de uma imensa rede de militantes e ativistas capazes de emocionar o povo com narrativas feitas daquela matéria-prima delicada que é a esperança em uma vida plena, digna, protegida por direitos. Narrativas verazes, alicerçadas na experiência viva de nosso povo”, diz trecho da carta.

“A comunicação mais eficaz é aquela disposta ao diálogo, à escuta, ao acolhimento das angústias e sofrimentos do povo diante da desgraça patrocinada pelo fascismo e consubstanciada de maneira atroz nos 27,4 milhões de brasileiras e brasileiros que nos últimos 6 anos foram condenados a viver em situação de pobreza extrema, ou nos 665 mil mortos pela Covid-19”, diz outro.

Outro ponto destacado menciona a “organização de base calçada em ideias e ações reais da comunidade”. “Não é casual que as palavras ‘comunicação’ e ‘comunidade’ tenham a mesma raiz: o que é ‘comum’, partilhado por pessoas com os mesmos interesses”.

Campanha de Lula falará com os mais distintos sotaques

O documento recomenda também que os apoiadores de Lula contribuam com as redes de comunicação, “falando com distintos sotaques, usando diferentes gírias, fotografando com o celular que se tem à mão, registrando a resistência e a luta popular e divulgando pelas nossas redes será muito mais potente e verdadeiro do que a farsa apresentada todos os dias pela mídia corporativa”.

O apoio à candidatura Lula na base tem sido consolidado principalmente com a criação dos Comitês Populares de Luta desde fevereiro, por iniciativa do PT, MST, CUT e movimentos sociais para mobilizar todas as pessoas que estejam dispostas a contribuir para melhorar a vida do povo brasileiro. Já foram cadastrados cerca de 3 mil comitês em todo o país. A meta é chegar a 5 mil.

“No processo eleitoral, pode haver muitas mentiras. E nós vamos ter que ter muita gente contando a verdade, contrapondo essas mentiras. E vão ter muitas pessoas falando sobre o ódio. E para combater o ódio, nós temos que falar sobre o amor, sobre tranquilidade, sobre solidariedade, sobre a harmonia, sobre a família”, defendeu o diretor do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Na sua avaliação, a juventude também é foco central na formação dos comitês. “Os milhares de jovens que deram o primeiro passo, tirando o título de eleitor, agora precisam dar o segundo, que é discutir e defender o Brasil que eles querem.”

(Com Revista Fórum)