Importância das eleições 2022, papel do Estado na elaboração das políticas públicas e representação política foram alguns dos temas debatidos pelos pré-candidatos a deputado estadual pelo Paraná, Arilson Chiorato (PT) e Goura (PDT). Ambos atualmente são deputados e concorrem à reeleição.
Para os pré candidatos, as eleições de 2022 representam momento importante para combater o desmonte das políticas públicas no país.
“Estamos vivendo um capítulo da história do Brasil de enormes retrocessos. Por isso, a importância das eleições para mudar esse cenário", disse Chiorato. O petista complementou que "é urgentemente retomar o entendimento do papel do Estado para a vida das pessoas".
"O Estado, com este governo federal e estadual, deixou de cumprir seu papel efetivo na vida das pessoas, que é o de elaboração e efetivação de políticas públicas para melhorar a vida da população e incluir o povo no orçamento. Entender que o objetivo único da política é este, melhorar a vida das pessoas”, afirmou.
Arilson cita exemplos do atual governo do Paraná, que não tem priorizado as pessoas. “O que estamos vendo é nossas empresas públicas perderem sua função social, como a Sanepar e Copel que tem priorizado o lucro e não o bem estar da população. Além disso, há enorme asfixia financeira em áreas sociais como educação, saúde, etc.,” completou.
Superar o bolsonarismo
Para o deputado Goura, é preciso superar o bolsonarismo e o desmonte das políticas públicas. “A gente precisa deixar claro que há um alinhamento dos governos Bolsonaro e Ratinho Junior em todas as áreas, no retrocesso ambiental, na militarização das escolas e precarização da educação, por exemplo", disse.
Para o deputado, é preciso reafirmar para a população a importância do voto "para superar esse momento triste com tantas mortes e desmonte de políticas públicas.”
Nas últimas eleições, Bolsonaro teve cerca de 70% dos votos e, atualmente, o governador Ratinho Junior (PSD) tem a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa em sua base de apoio.
Sobre esse cenário, Goura disse que é estratégico fortalecer e unir o campo progressista. “Hoje o poder legislativo não cumpre seu papel, que é ter um olhar critico e fiscalizador. Sem ilusões, vamos ter um processo muito difícil pela frente para a reconstrução do Estado brasileiro. Para isso, defendo que é preciso fortalecimento e união do campo progressista”, disse.
Chiorato defende que é preciso ampliar o diálogo com a população para mostrar quem está contra o povo. “Por que estão altos os preço da carne, gasolina, do óleo diesel, da energia elétrica? [Temos que] Sair da falácia de que estamos em crise e não há o que fazer", pontuou.
Ampliar a representação política
Ao serem questionados como os parlamentares podem contribuir para fortalecer as pautas das minorias tão atacadas por esses atuais governos, estadual e federal, ambos concordaram que é preciso trazer mais pessoas para a política.
“Como figura pública, a gente tem responsabilidade e tudo que fazemos tem uma força muito grande. Por isso, os mandatos precisam trazer os movimentos sociais para os parlamentos. Por exemplo, nosso mandato, nos últimos anos realizou a Conferência Popular da Habitação, Audiência Paraná Quilombola e faremos uma sobre pesca artesanal, entre outras ações”, explicou Goura.
O deputado do PDT também defendeu que é preciso contribuir para abrir espaço para ampliar a representação política plural e diversa. “Vivemos também o momento de desqualificação e criminalização da política, afastando assim as pessoas. Com os nossos mandatos e partidos, temos que trazer as pessoas para a política e ampliar as nossas bancadas de forma plural”, defendeu.
Para Chiorato, a defesa das minorias deve ser feita na prática, tanto no parlamento como nos partidos. “Por exemplo, as mulheres são enormemente prejudicadas nas oportunidades de poder participar da política. É preciso pensar formas de garantir não só o acesso da mulher, como possibilitar que ela tenha condições de participar. O mesmo com as representações LGBTQI, movimento negro, indígena. Além da participação, trazer essas pautas e narrativas para dentro do parlamento”, concluiu.